Ao começar seu discurso, sobre práticas educativas, afirmando que qualquer prática funciona, Frank Ramus nos surpreende com um ponto de vista bem interessante.

Ao refletirmos sobre o conceito de aprendizagem, ao mesmo tempo que reconhecemos que ela ocorre em todos os momentos e lugares, somos levados a concordar com a afirmação de que qualquer tipo de intervenção que fizermos com nossos estudantes gerará uma nova experiência ou conhecimento mas, sem necessariamente cumprir o objetivo de ensino que havíamos planejado, ou então, com uma qualidade não tão boa em relação a compreensão de nossas ideias.

Ao permitirmos que os estudantes façam parte do próprio processo de ensino e aprendizagem, estamos fazendo com que assuma a corresponsabilidade pelo seu desenvolvimento, estabelecendo uma postura autoreguladora de conhecimentos e sendo fonte de novas aprendizagens para os colegas.

Mas, para isso, algumas práticas são mais nem sucedidas que outras, tais como o "explicar" o que aprendeu para um colega, assumir um ensino em pequenos grupos (geralmente separados por níveis de proficiência próximos), participando de processos investigativos, contribuindo para um ambiente saudável e acolhedor dentro da sala de aula, etc.

Nesse cenário o professor estabelece uma conexão de "companheirismo" com sua turma, não mais de hierarquia, fazendo com que melhor os entenda, assim como suas necessidades. Além disso, ele deve oportunizar o contato com diferentes formas de atingir ou desenvolver competências, fazendo com que a prática de sala de aula se torne algo plural, onde os estudantes se conectam com o conhecimento de forma visual, auditiva, motora, etc. 

É essa multiplicidade de ações que acabam fazendo a diferença para que uma prática acabe sendo mais eficiente que outras