Toda trajetória que vivenciei no sistema regular público de ensino, (fundamental e médio), passando pela graduação, até hoje na pós-graduação, a palavra inclusão foi uma constante. No fundamental, “tem que incluir o colequinha, não pode excluir ele da brincadeira”, no ensino médio “vocês tem que colocar fulano no grupo de vocês, ele tá sem grupo”, e no nível superior “o tema da aula hoje é educação inclusiva e sua importância”, e agora na pós, “questões teorias e reflexões sobre a inclusão”.
Sempre a palavra se repete, seu sentido é entendido, até seu antônimo é repudiado, mas a materialidade do incluir sempre pareceu distante, parcial, insuficiente, ilusória, utópica. O que quero dizer que ainda não vivenciei/presenciei em minhas experiencias educativas a verdadeira inclusão, simplesmente, ensaios momentâneos que em certa medida carregam aspectos inclusivos. As vesses o concebido como inclusão, irônica e tristemente, se manifesta mais como um viés excludente, que isola o dito “diferente” em uma formação especializada longe do convívio com os seus pares, ou de forma precária, como ocorre na Educação do Campo.
Portando, embora em minha realidade a inclusão tenha se manifestado mais como uma utopia, considero que esse fundamental atributo, assim como vem sendo, ganhe cada vez mais concretude, principalmente através das discussões e reflexões feitas sobre a temática, e se torne em essência, não só um palavra “jargão” na discursiva educacional, mais uma realidade concreta e progressiva.