Boa noite a todos e todas!
Estou há pouco tempo como docente da rede pública - farei dois anos agora em agosto. Antes disso, já tive outras duas outras experiências em escolas: uma como monitor do PIBID e outra como estagiário. O contato com esta disciplina me fez perceber, olhando para trás e observando a unidade escolar em que trabalho, que o ensino público tem avançando cada vez mais no que se refere à presença da diversidade e da diferença nas escolas - mas ainda há muito o que se fazer. O que tem ocorrido, sobretudo, é a integração de pessoas e dos temas a ela relacionados - o que já é significativo dado que nos tempos em que eu era estudante o ambiente escolar era ainda mais hostil às diferenças.
Um bom exemplo que posso citar em relação à unidade escolar que leciono, que caminha para o sentido da inclusão de fato, é que a forma como uma estudante com alto grau de autismo (existem outros com graus menores) foi acolhida por todos os componentes de lá - estudantes, funcionários, professores, direção -, fez com que outros pais, sabendo disso, procurassem a escola para matricular seus filhos. Segundo o relato do pai da referida aluna, ela tem um comportamento muito mais tranquilo do que na escola anterior - onde sempre chorava e não queria permanecer no ambiente. O corpo docente e a direção pensa e propõe algumas atividades específicas para esta e outros alunos e alunas autistas, mas reconhece e reflete que não é o ideal para os mesmos, pois está longe de atender as reais necessidades deles.
De qualquer forma, o interesse espontâneo desses alunos quererem ir para a escola já sinaliza que o caminho é o acertado. E que a presença e manutenção deles no ambiente escolar é salutar, pois afeta diretamente os demais alunos e alunas - que nesse contato aprendem a lidar com a diversidade da sociedade, e cujas atitudes e concepções equivocadas vão sendo revistas e ajustadas. Quanto a nós professores, essa presença nos alerta para a necessidade que temos de continuar a nossa formação. Claro, isso não significa esquecer que o Estado, e principalmente ele, precisa cumprir a sua parte - como preconiza nos documentos oficiais existentes.