A disciplina “Educação Inclusiva e Especial” do curso de pós-graduação em Docência do Instituto Federal de Minas Gerais contribuiu na minha formação com a problematização e o amadurecimento de algumas ideias.

De início, a disciplina trouxe à tona conceitos e paradigmas da educação inclusiva, com a discussão de fundamentos históricos e filosóficos. Em seguida, as discussões consideraram o papel do professor diante das questões de identidade, bem como o papel dos profissionais da educação em relação às pessoas com deficiência. Por fim, tratou sobre as diferentes modalidades de ensino, explicitando os objetivos de cada uma delas dentro de uma proposta de educação de qualidade para todos.

O tratamento oferecido à pessoa com deficiência reflete as relações vivenciadas em um determinado período histórico, o que indica que a educação de pessoas com deficiência é uma questão permeada por conflitos e interesses. Neste liame são construídos os fundamentos históricos e filosóficos que sustentam o paradigma da educação inclusiva.

Qual o papel dos profissionais da educação considerando a perspectiva de uma educação inclusiva? Este é um questionamento crucial e com respostas variadas, a depender da teoria que fundamenta a prática de cada sujeito. Confesso que, como professor do Atendimento Educacional Especializado (AEE) em uma escola municipal, sinto-me provocado por essa questão.

No âmbito teórico, há autores que defendem uma inclusão parcial, outros que sinalizam para uma proposta inclusiva radical, mas também há aqueles profissionais que, embora não se deem conta, refletem o retrógrado discurso da educação tradicional: “eu não tenho formação para isso”; “ele/a deveria estar na APAE”; “vem para a escola e não faz nada”; entre outras atitudes que reforçam preconceitos e discriminação. Reconheço que é nosso papel confrontar essas falas e atitudes, mas não é fácil. Esse é um trabalho diário.

Defendo e trabalho por uma educação acolhedora, que proporcione um ensino de alto nível para todos. Quero uma escola em que todos tenham acesso e aprendam os conhecimentos historicamente acumulados, e não somente pequenas tarefas para exercer uma atividade de trabalho. Aí que me chama a atenção a organização das escolas de educação básica do campo, que na sua filosofia defendem o trabalho como princípio educativo.

Na empreitada em destaque, o respeito e a valorização das diversidades são fundamentais, pois quando defende-se uma educação de qualidade socialmente referenciada para todos, é necessário que os olhares e as ações estejam, de fato, contemplando as necessidades específicas de cada um.

Certamente, o desafio é enorme e ambicioso. Portanto, possibilitar essas reflexões e mudanças de atitude são contribuições valorosas do curso para minha formação. Diante dessas considerações, ainda que reconhecendo que a disciplina não aprofundou questões importantes e optou por abordagem mais geral, considero de grande valia para o amadurecimento das reflexões e das práticas na escola.