A disciplina de Educação Inclusiva e Especial proporcionou uma ampliação de visão além daquilo que a denominação sugere. Embora a educação inclusiva seja comumente associada ao atendimento de pessoas com necessidades especiais, tanto físicas quanto mentais, o estudo dessa disciplina revelou que seu alcance vai muito além desses grupos. Ela engloba também outros segmentos frequentemente marginalizados e privados de seus direitos. A partir desse entendimento, tornou-se claro que a inclusão deve abranger os quilombolas, indígenas, jovens e adultos sem oportunidade de estudo, entre outros. As práticas pedagógicas precisam mudar e seguir um novo caminho, onde a inclusão seja uma prioridade, especialmente no caso dos alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA), um público desafiador e muitas vezes excluído dentro da própria escola.
Considerando que o processo de inclusão no ambiente escolar é contínuo, pois a escola é um espaço com diversidade de atores, ideias e realidades, é essencial que ela assuma o papel de acolher e respeitar essa diversidade. A história de vida de cada indivíduo deve ser considerada na proposta pedagógica. A socialização dos membros da comunidade escolar é fundamental para garantir o sucesso da permanência dos jovens e a efetiva conclusão dos estudos. Na escola em que faço parte, houve uma evolução gradual no entendimento e na aceitação da diversidade de gênero. Compreender as identidades de cada indivíduo, suas necessidades, percepções, realidades e ideologias é essencial para promover uma convivência plena entre os alunos e demais participantes da comunidade escolar. Os estudantes percebem que ainda há muito a ser discutido, especialmente em relação à violência que ainda afeta as questões de gênero. No entanto, o ambiente escolar é um espaço propício para abordar esse assunto com equidade.
Embora as turmas nas escolas sempre tenham sido diversas, a diversidade foi tratada como ameaça e, consequentemente, muitas pessoas foram invisibilizadas e excluídas por meio de violência. Educar de forma inclusiva requer um posicionamento político para reconhecer todos os sujeitos presentes em nossas salas de aula: negros, LGBTQIAP+, pessoas com necessidades educacionais específicas, quilombolas e minorias em geral, que são excluídas da sociedade e têm seus direitos ameaçados, muitas vezes sem acesso adequado. Para construir práticas pedagógicas que incluam todos os sujeitos presentes em sala, é essencial compreender a sociedade plural e desigual em que vivemos. Um caminho para alcançar isso é entender a realidade do estudante e criar processos educacionais em que eles sejam atores ativos em sua própria aprendizagem.
No geral, acredito que a disciplina de Educação Inclusiva e Especial foi de grande importância para nossa formação, trazendo temas necessários e proporcionando uma diversificação nas atividades, o que a tornou muito produtiva.