Analisando criticamente, a prática da educação indígena no Brasil aponta para uma série de desafios e problemas que historicamente têm afetado esse sistema educacional, sendo as principais relacionadas abaixo.
· Ao longo da história do Brasil houve um descaso com a educação indígena que foi frequentemente negligenciada ou alvo de políticas assimilacionistas que buscavam impor padrões culturais não indígenas. Esse descaso e falta de respeito à diversidade cultural resultaram em marginalização e invisibilidade das comunidades indígenas no contexto educacional.
· A educação indígena muitas vezes não tem respeitado a autonomia das comunidades e suas formas de organização social e política. Além disso, a falta de reconhecimento e demarcação de territórios indígenas pode ameaçar a preservação de suas línguas e tradições, dificultando a efetivação de uma educação contextualizada.
· A formação de profissionais da educação para atuar em contextos indígenas ainda é insuficiente, é essencial que os educadores estejam preparados para lidar com as especificidades culturais e linguísticas de cada comunidade, bem como para trabalhar de forma intercultural, respeitando os saberes e práticas locais.
· Muitas vezes, o currículo das escolas indígenas é descontextualizado e pouco relevante para a realidade das comunidades. A falta de inclusão de conhecimentos tradicionais e da cultura indígena nos conteúdos curriculares pode levar ao desinteresse dos estudantes e à perda de identidade cultural.
· Geralmente as comunidades indígenas estão localizadas em áreas remotas, com acesso limitado à infraestrutura educacional. Isso dificulta a frequência escolar e compromete a qualidade da educação oferecida.
· A discriminação e o preconceito em relação aos povos indígenas ainda são presentes na sociedade brasileira, o que pode refletir-se no tratamento e na qualidade da educação oferecida a essas comunidades.
· A falta de diálogo e de inclusão das comunidades indígenas na formulação e implementação de políticas educacionais é uma crítica recorrente. É fundamental que as decisões educacionais envolvam os próprios povos indígenas e respeitem suas visões de mundo e necessidades.
Diante dessas críticas, é necessário que a educação indígena seja repensada e reestruturada de forma a promover uma educação intercultural, respeitosa e inclusiva, que valorize os conhecimentos e as tradições indígenas e garanta o direito à diversidade e à autonomia desses povos. Para isso, é fundamental que haja um esforço coletivo, com a participação ativa das comunidades indígenas, dos governos e da sociedade como um todo, buscando uma educação que seja verdadeiramente inclusiva, igualitária e promotora de justiça social.