A história da educação de pessoas com deficiência mostra diferentes concepções e, consequentemente, processos educativos destinados a esse público. De uma forma geral, com as políticas educacionais a partir dos anos 1990 encabeçadas por organismos internacionais, nota-se avanços em relação à educação de pessoas com deficiência no Brasil.
É importante frisar que esses “avanços” acontecem em meio a correlações de forças que ora estagnam e retrocedem, não acontecendo de forma linear. Este é o caso, por exemplo, da Política Nacional de Educação Especial anunciada em 1994, mesmo ano em que o Brasil é partícipe da Convenção de Salamanca, afirmando orientações contrárias à perspectiva de educação inclusiva adotada em âmbito internacional.
Como dito anteriormente, sobretudo ao longo dos anos 2000, houve avanços na educação para todas as crianças que frequentam as escolas brasileiras. No caso da educação especial, esta foi definida como modalidade educacional que apoia o ensino regular. Salas de recursos foram instaladas e equipadas em muitas escolas, ofertando suporte para os atendimentos. Expandiram-se cursos para a formação docente com base na perspectiva de educação inclusiva.
Entretanto, considero que o cenário atual em relação a esses cuidados destinados à educação especial já não é o mesmo. Em grande parte das escolas municipais que atuo a sala de recursos sofre com a falta de manutenção e estrutura. O desenvolvimento do trabalho e a motivação docente sofrem com isso. Ainda assim, vejo esforços – claro, em meio a resistências – para atender as necessidades de todos os estudantes. Trata-se de um processo. Processo que avança, mas depende da nossa consciência crítica para cobrar e oferecer um bom trabalho aos estudantes nas escolas.