Atuando em ambientes educacionais escolares e não escolares desde 2015, percebo poucas diferenças quando falamos sobre os avanços no cotidiano escolar e quando falamos sobre recursos necessários para a promoção da inclusão no ambiente escolar.
As discussões acerca do tema são inúmeras, porém, os avanços são lentos e, se tratando de políticas públicas de inclusão, ainda tivemos alguns retrocessos no caminho.
Acredito na importância de as tecnologias e redes sociais terem trazido uma luz sobre o tema e serem espaços de discussões e divulgação de conteúdos acerca da inclusão e do capacitismo, porém discussões sem ações concretas não mudam o cenário que vivenciamos no dia a dia nas salas de aula. Ainda temos muito a caminhar quando falamos de promoção da inclusão.
Gostaria de pontuar um caso recente, acontecido no estado de Espírito Santo, onde uma professora foi impedida de lecionar por ser autista, conseguiu atuar através de uma liminar jurídica, e a liminar foi derrubada após 10 meses de exercício da função, e agora está profissional se encontra novamente em uma luta jurídica para ter seu direito respeitado. Como promover a inclusão se no próprio corpo docente a inclusão não é trabalhada?
Para além da falta de recursos, falta estudos, pessoal capacitado, fomento de políticas públicas, formação continuada, para que casos assim não aconteçam. Como promover a inclusão se o capacitismo começa na formação da equipe de trabalho e atendimento? Como promover a equidade se, diante do mercado de trabalho, há uma segregação e negação de oportunidades a pessoas com deficiência e neurodivergência por puro capacitismo?
Acredito que ainda temos muito a caminhar. Passos foram dados, passou foram retrocedidos, e mais que recursos e tecnologias para a promoção da inclusão, falta preparo e conscientização dos profissionais que atuam na área da educação.