De acordo com Silva (1996, p. 23) “o currículo é um dos locais privilegiados onde se entrecruzam saber e poder, representação e domínio, discurso e regulação. É também no currículo que se condensam relações de poder que são cruciais para o processo de formação de subjetividades sociais”. Para Moreira e Silva (1997, p. 23) “o currículo é um campo permeado de ideologia, cultura e relações de poder”. De acordo com Sacristán (1999, p. 61) “O currículo é a ligação entre a cultura e a sociedade exterior à escola e à educação; entre o conhecimento e cultura herdados e a aprendizagem dos alunos; entre a teoria (ideias, suposições e aspirações) e a prática possível, dadas determinadas condições”. 

Podemos perceber através da definição de currículo dada pelos autores acima que o currículo é um local de disputas e ideologias. É ideológico de acordo com a visão de Moreira (1997) quando este transmite a visão de mundo de determinados grupos sociais, é cultural, pois o currículo tem como objetivo de transmitir a cultura de uma sociedade, e essa relação entre cultura e ideologias de vigente em determinadas sociedades que se cruzam as relações de poder conforme mencionado por Silva (1996). Portanto, a escola precisa deixar bem claro qual o tipo de currículo que ela deseja desenvolver, uma vez que a construção do currículo no Brasil não se deu de forma única, mas, através de coagulação de diversos interesses culturais, sociais e econômicos. 

Na minha prática docente o currículo está presente quando eu procuro utilizar diversas metodologias para que possa alcançar os estudantes, quando faço escolhas de determinados conteúdos utilizando como parâmetro a minha cultura profissional, ou seja, minha vivência enquanto professor (saber prático), e também na minha prática em sala de aula, quando administrar os conflitos ali existentes no ensino e na aprendizagem dos saberes inerentes a minha disciplina.