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Atividade 1.1.: Fórum temático (Avaliativo)

A educação e a lógica capitalista

A educação e a lógica capitalista

por Jacqueline Augusta de Almeida - Número de respostas: 5

Do ponto de vista teórico, os objetivos de uma escola e uma empresa são distintos. Entretanto, o sistema capitalista influência o modo de vida e as relações de trabalho. Por isso, a escola como espaço social também reproduzir a lógica desse sistema.

As escolas privadas prestam um serviço educacional que, às vezes, se resume em garantir que o aluno consiga passar no vestibular. O que é perceptível pela massiva publicidade que fazem exaltando o número de alunos aprovados nas universidades. Além disso, como toda relação prestador-cliente, ela também visa o lucro. Por essa razão, em alguns casos pode não priorizar a formação acadêmica e humana de seus alunos.

Apesar de não tratar os alunos como clientes e nem se preocupar com o lucro, as escolas públicas são empurradas pela busca pela produtividade e eficiência. Pode-se observar pelas avaliações externas que resultam em um ranqueamento de escolas e um sistema de bonificação; a padronização dos materiais didáticos; e a Progressão Continuada que, na prática, é o mecanismo para corrigir as distrações de idade/série e manter índices de aprovação satisfatórios.

Enfim, são situações que não representam a totalidade, mas que podem ser observadas em algumas instituições educacionais.


Em resposta à Jacqueline Augusta de Almeida

Re: A educação e a lógica capitalista

por Juliana Gomes Pantoja -
É intrigante constatar a incidência do sistema capitalista em âmbitos presumidamente destinados a desígnios distintos, exemplificados pelas instituições educacionais. A exigência por resultados, manifesta tanto em índices de aprovação quanto em classificações, exerce uma influência modeladora no modus operandi dessas entidades, sejam elas de natureza pública ou privada.
No contexto das instituições privadas de ensino, a perseguição ao lucro frequentemente relega à margem a autêntica missão educativa. Vislumbra-se uma situação em que o êxito do discente é quantificado primordialmente pelo êxito no ingresso universitário, negligenciando aspectos cruciais da formação integral humana. Em contrapartida, nas instituições públicas, a pressão por produtividade e eficiência, vinculada em muitas instâncias a avaliações externas e mecanismos de bonificação, propicia a instauração de um ambiente orientado prioritariamente por indicadores quantitativos, em detrimento do desenvolvimento holístico dos educandos.
Em resposta à Jacqueline Augusta de Almeida

Re: A educação e a lógica capitalista

por José Edvaldo Salustiano Barbosa -
Corroboro com suas palavras, do ponto de vista teórico os objetivos de uma escola e de uma empresa são distintos, contudo, percebemos que o poder do capitalismo ainda permanece dentro das paredes da escola, não só em falas e ações docentes, mas sobretudo por aqueles de detém a hegemonia. É inegável a visão mercadológica das instituições privadas, onde o que realmente importa são os números de aprovações, fazendo com que se perpetue uma visão competitiva da educação, onde quem tem oportunidades melhores são os privilegiados.
Em resposta à José Edvaldo Salustiano Barbosa

Re: A educação e a lógica capitalista

por Fernanda Sherllen da Silva Mendes -
De fato, a relação entre práticas empresariais e educacionais é um tema complexo e reflete a influência do paradigma capitalista na gestão das escolas. Essa discussão abrange, dentre outras coisas, como a busca por eficiência e resultados mensuráveis, comuns na administração fabril, pode impactar a lógica da educação. Essa abordagem empresarial é comumente observada na ênfase dada às avaliações padronizadas, às metas quantificáveis e à pressão por produtividade.
O maior desafio surge ao tentar conciliar essa perspectiva com os objetivos específicos da educação, como o desenvolvimento cognitivo, social e emocional dos estudantes. A escola não deveria ser apenas um reflexo da lógica capitalista, focada na preparação para o mercado de trabalho e nas demandas que emergem a partir dele. Deveria ser um ambiente de formação integral, visando o desenvolvimento crítico e humano dos indivíduos.
O papel exercido pela gestão escolar também é crucial nesse cenário. Uma abordagem autoritária ou excessivamente focada em números e resultados pode comprometer a qualidade educacional, negligenciando a participação democrática, a diversidade de demandas educacionais e a função da educação na formação cidadã. Dessa forma, é necessário haver um equilíbrio entre eficiência, metas quantitativas e os objetivos educacionais mais amplos.
Sendo assim, a gestão democrática e participativa é uma alternativa importante. Ela envolve os diversos atores escolares na construção de um ambiente educativo voltado para o desenvolvimento completo dos alunos. Assim, garante que a busca por resultados não se sobreponha à formação integral dos estudantes, nem comprometa a atenção a diversidade de necessidades educacionais.
Em resposta à Jacqueline Augusta de Almeida

Re: A educação e a lógica capitalista

por Vinícius Mendes -
A própria cobrança de resultados neste ambientes privados de educação que ocorre de forma excessiva é mais um ponto que mostra o quão estes ambientes são semelhantes e uma empresa, até a forma em que os alunos tratar seus professores é influenciada por isso, pois se sou cliente de alguém e pago por produto posso tratar esta pessoa como bem entender, e isto é um problema dentre vários outros produzidos por este processo.
Em resposta à Jacqueline Augusta de Almeida

Re: A educação e a lógica capitalista

por Hilda Progênio Morais -
Concordo! Isso é um fato, o capitalismo é presente no sistema de ensino público onde os professores são empurrados sem nenhum apoio ou suporte para chegar uma meta que seja a mesma de uma instituição privada por exemplo. Da mesma forma que infelizmente um aluno pode gerar lucro para uma empresa educacional privada, pois ali é visto como um sistema de organização e de benefícios.