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Atividade 1.1.: Fórum temático (Avaliativo)

A ESCOLA NO CONTEXTO DO MODO DE PRODUÇÃO CAPITALISTA E AS TENTATIVAS DE SUPERAÇÃO DE SUAS LÓGICAS

A ESCOLA NO CONTEXTO DO MODO DE PRODUÇÃO CAPITALISTA E AS TENTATIVAS DE SUPERAÇÃO DE SUAS LÓGICAS

por Antônio Souza Pereira dos Santos - Número de respostas: 4


          O título do vídeo e toda a sua construção não negam a importância da administração escolar – tanto que não se abriu mão de termos como “produção de conhecimento” –, mas ele combate o fato de que ela não tenha ao seu lado o elemento pedagógico que lhe é fundamental, bem como a tentativa de equiparar espaços antagônicos, escola versus fábrica/empresa, sob um mesmo objetivo. Isso explica o motivo de a escola ter falhado, durante tanto tempo, e ainda hoje, na formação de sujeitos históricos, socialmente conscientes: a aplicação de princípios e lógicas, de ambientes onde impera a lógica produtivista, do lucro, em condições homogeneizantes, a um contexto implicado pela complexidade e heterogeneidade de indivíduos.

          Mas, se a escola (o sistema educacional como um todo) encontra-se inserida na lógica do Modo de Produção Capitalista, a afirmação da professora Lisete Arelaro ainda hoje continua presente nas teorias e práticas escolares, desde o ensino à sua gestão (termo mais atual e que não aparece em nenhum momento ao longo do vídeo). Até porque, conforme vídeo visto em disciplina anterior do curso, a escola não se alterou, ou alterou-se muito pouco, enquanto estrutura e organização, se comparada às fábricas e às salas de cirurgia médica. Ou seja: as práticas da administração fabril estão sendo reproduzidas também no ambiente escolar! E não adianta nada ser um professor a administrar a escola, se o funcionamento maior da estrutura impõe um viés orientado para a lógica capitalista de formação de sujeitos que sejam apenas produtivos economicamente.

           Mas não quer dizer que essa lógica não esteja sendo combatida. É nesse sentido que o vídeo, mesmo apresentando ideias de que na escola não cabe a lógica acima pontuada, não a supera por ainda falar em administração – óbvio, não esqueçamos que o conteúdo deste alinha-se a um contexto histórico-social específico e o que veicula já é de um grande avanço, por fundamentar-se no pensamento dialético. Daí a importância do texto de Duarte (2020), que reconhece que um dos atos principais que denotam a mudança de posicionamento quanto a essa problemática é mudança do termo administração por gestão escolar. A gestão escolar, na forma de pensar a escola atualmente, combate as diretrizes do sistema capitalista, porque se propõe democrática, com a participação de todos que dela fazem parte. Entretanto, ainda se enfrentam muitas dificuldades, pois a estrutura do ensino (mesmo com tantos planos e políticas de inserção e equiparação sociais) ainda segue uma lógica produtivista, amparada em números e estatísticas. Se os números são altos, a "produção" do conhecimento segue adequada aos parâmetros - mesmo que seja algo mais quantitativo que qualitativo.  


Em resposta à Antônio Souza Pereira dos Santos

Re: A ESCOLA NO CONTEXTO DO MODO DE PRODUÇÃO CAPITALISTA E AS TENTATIVAS DE SUPERAÇÃO DE SUAS LÓGICAS

por Lucas Mateus dos Santos -
O ponto que você levanta sobre a persistência da lógica produtivista na administração escolar é super relevante. Concordo totalmente que tentar equiparar a escola a uma empresa pode comprometer a essência pedagógica, afetando a formação dos alunos. A distinção entre administração e gestão escolar também é interessante, parece que há uma evolução conceitual, mas como você mencionou, ainda há desafios nesse processo. A ideia de que a escola não se transformou o suficiente, em comparação a outras estruturas, como fábricas, realmente faz a gente refletir É animador ver que há um esforço para combater essa lógica, buscando uma abordagem mais democrática e participativa na gestão escolar. Mas, como você mencionou, a persistência de desafios mostra que ainda temos um caminho a percorrer para realmente romper com a influência excessiva da lógica capitalista na educação.
Em resposta à Lucas Mateus dos Santos

Re: A ESCOLA NO CONTEXTO DO MODO DE PRODUÇÃO CAPITALISTA E AS TENTATIVAS DE SUPERAÇÃO DE SUAS LÓGICAS

por Francisco Diétima da Silva Bezerra -
De fato, a cada dia se exige mais e mais dos professores, principalmente. Tenho a sensação que daqui um tempo estaremos estilo o Charles Chaplin no filme Tempos Modernos. Isso, ao meu ver, é a lógica produtivista chegando à escola.
Em resposta à Antônio Souza Pereira dos Santos

Re: A ESCOLA NO CONTEXTO DO MODO DE PRODUÇÃO CAPITALISTA E AS TENTATIVAS DE SUPERAÇÃO DE SUAS LÓGICAS

por Débora Gonçalves Barbosa -
Olá colega, bom dia! Sua análise está perfeita! O problema da escola administrada como empresa somente será resolvido com uma profunda mudança na estrutura do sistema educacional.
Em resposta à Antônio Souza Pereira dos Santos

Re: A ESCOLA NO CONTEXTO DO MODO DE PRODUÇÃO CAPITALISTA E AS TENTATIVAS DE SUPERAÇÃO DE SUAS LÓGICAS

por Maira Monica Guimaraes de Faria -
A escola tem falhado em formar sujeitos históricos e socialmente conscientes, em parte devido à aplicação de princípios e lógicas baseados na busca pelo lucro e na produtividade. O foco exclusivo no lucro também contribui para a formação de uma mentalidade individualista e competitiva, em que os valores sociais e éticos são deixados de lado. O objetivo principal passa a ser atender aos interesses econômicos, ignorando aspectos fundamentais da formação humana e da capacidade de reflexão crítica sobre a sociedade em que vivemos.
A escola deveria adotar uma abordagem mais inclusiva e diversificada, que reconheça e valorize as diferenças individuais, promova a autonomia, o respeito mútuo e a cooperação. É necessário um currículo que seja contextualizado e relevante para a vida dos alunos, estimulando o pensamento crítico, a participação cidadã e a compreensão da nossa realidade histórica e social. Para superar essa falha, é necessário repensar os princípios e abordagens educacionais, buscando uma educação mais inclusiva, crítica e que valorize a formação integral dos sujeitos.