Sou professora de artes visuais no ensino regular, atendo alunos dos grupos 5 aos 9º anos do ensino fundamental na rede privada e na rede municipal na cidade de Campo Grande MS. Desde minha primeira experiência em sala (em 2019 no ES) tive contato direto com alunos autistas em diferentes graus de suporte em salas heterogêneas e inclusivas. Essa relação foi crucial para que eu optasse por hoje ser aluna desta especialização e por seguir atuando em sala de aula onde ainda tenho vários alunos neurodivergentes.
Minha relação com estes alunos é como qualquer outra relação com alunos típicos, todos apresentam uma especificidade e uma necessidade e enquanto educadora prezo por sempre atender e contextualizar os conteúdos e atividades de forma que todos possam compreender e se sentir parte das atividades propostas em sala. Na rede municipal os alunos contam com AEE em sala então em alguns momentos as atividades são mediadas porém todas as instruções são passadas por mim. Para além das aulas ministradas, são alunos que precisam de um pouco mais de atenção quando se trata de criar vínculos e eu me disponibilizo sempre, mantenho conversas, pergunto sobre o que estão achando da atividade, se precisam de algum auxílio durante a aula, o que resulta em uma convivência tranquila e de confiança, crucial ao desenvolvimento da aula e dos alunos. Cada um dos meus alunos autistas (especificamente autistas, mas também há outros alunos diagnosticados em outros CID's em sala) tem uma característica única e um grau de interação diferente e o respeito nesses casos é o principal caminho dentro da educação e da formação destes indivíduos. Cada um tem um tempo, uma forma de processar e de se comunicar e percebo que as atividades artísticas acabam por facilitar o meu contato com eles. Compreender o que é o TEA e vivenciar no dia a dia o que é o TEA são momentos muito diferentes e acredito que seja de extrema importância para a formação profissional do educador que este contato seja feito sem tabus e preconceitos.