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Atividade 2.1.: Fórum temático (Avaliativo)

BNCC: por que?

BNCC: por que?

por Amanda Azevedo Abou Mourad - Número de respostas: 6

Particularmente, acho um absurdo a BNCC. Ela coloca num documento um bando de conteúdos, tomando como base uma escola ideal e idealizada por políticos e organizações, que nada entendem da realidade escolar. Além disso, ela não dá bases para alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA). Sendo assim, como os professores da EJA conseguem saber os conteúdos e aprendizagens previstas para essa modalidade de ensino, porque não podemos compará-los com estudantes da Educação Básica.

A BNCC não dá brechas para as particularidades e peculiaridades de cada escola. Faz sentido um aluno indígena de uma comunidade no interior de Manaus aprender as mesmas coisas que um aluno de uma escola particular no centro de São Paulo?

Em resposta à Amanda Azevedo Abou Mourad

Re: BNCC: por que?

por Izabel Aparecida Fontes dos Santos -
Boa noite,
Concordo com a sua colocação, pois eles elaboram os documentos sem ter conhecido os ambientes escolares, muitos políticos estão pensando na mídia e esquece o principal educação,
Em resposta à Amanda Azevedo Abou Mourad

Re: BNCC: por que?

por Juliana Gomes Pantoja -
Compreendo a perspectiva crítica em relação à BNCC que você expressou. Parece haver uma preocupação legítima quanto à sua aplicabilidade prática e adaptabilidade às diversas realidades escolares, especialmente no contexto da Educação de Jovens e Adultos (EJA). A falta de consideração das particularidades de cada escola e a possível falta de relevância dos conteúdos propostos para diferentes contextos podem, de fato, representar desafios significativos.
A questão central levantada sobre a adequação da BNCC a alunos da EJA, bem como a ausência de flexibilidade para lidar com a diversidade de experiências educacionais, suscita reflexões importantes sobre a eficácia e equidade do sistema educacional. A comparação entre alunos de diferentes realidades, como o exemplo mencionado de um aluno indígena em Manaus e um aluno de uma escola particular em São Paulo, ressalta a necessidade de um enfoque mais sensível às nuances culturais e sociais.
Em resposta à Juliana Gomes Pantoja

Re: BNCC: por que?

por Fernanda Sherllen da Silva Mendes -
As pesquisas educacionais recentes estão sempre frisando a necessidade de tornar o processo ensino-aprendizagem-avaliação mais significativo para os estudantes. No entanto, o que verificamos frequentemente é justamente esse ensino mantido distante dos conhecimentos locais e, consequentemente, da realidade dos alunos.
Uma adequação compatível com as demandas e os estudos atuais é crucial.
Em resposta à Amanda Azevedo Abou Mourad

Re: BNCC: por que?

por Flávio Augusto Gomes Rosendo -
Prezada Amanda, excelentes ponderações!

Deve existir uma base curricular comum? Sim! Essa base comum deve ser tão extensa? Não! Deve ser tão centralizadora? Menos ainda!

Naturalmente, a padronização deve existir em algum nível, tendo em vista que a educação básica visa à formação de alunos para a vida cidadã, profissional e até mesmo acadêmica. Portanto, há que existir uma base sobre a qual se erguerão e se diferenciarão os mais diferentes caminhos ao término da educação básica.

Entretanto, não se pode imaginar abstratamente uma base curricular que abranja todas as necessidades da educação, sem considerar que essas necessidades variam por regiões e mesmo localidades.

A diversidade do Brasil é tamanha que, com uma base comum tão extensa, não sobra tempo para que as especificidades sejam tratadas com o vagar e a atenção que merecem. Não há, nos dias letivos, tempo bastante para se atentar aos dois domínios, o comum e o específico. Disso decorrem distorções como essas que você bem mencionou.

No Brasil, até a EJA postula abordagem distinta e não pode ser equalizada em único documento. A educação do adulto da capital paulista não pode ser exatamente igual à do adulto interiorano do Amazonas, de Goiás ou do Rio Grande do Norte, tal como nos revelou a experiências de Angicos (1963).

Pensar o Brasil e a educação brasileira importa, sobretudo, em valorizar as potencialidades naturais de cada região, as vocações de desenvolvimento os desafios locais, o que torna necessário que haja um espaço maior para o ensino descentralizado e específico.

Este, naturalmente, é apenas um dos grandes desafios da educação no país.
Em resposta à Amanda Azevedo Abou Mourad

Re: BNCC: por que?

por Diego de Souza Vieira -
A flexibilização curricular, embora seja vista como uma boa oportunidade para muitos, pode acentuar as desigualdades - que já é enorme - entre as escolas. Instituições com recursos limitados não tem a capacidade de oferecer a diversidade de disciplinas para que os alunos façam escolhas informadas sobre seus itinerários formativos. Isso cria um cenário em que alunos de diferentes realidades socioeconômicas têm oportunidades educacionais bastante distintas.
Em resposta à Diego de Souza Vieira

Re: BNCC: por que?

por Matheus Carvalho do Valle da Silva -
Este parece ser o principal problema da reforma do ensino médio para mim. A oferta de itinerários formativos é muito deficitária em vários sistemas de ensino de estados brasileiros, enquanto várias escolas particulares continuam dando prosseguimento às disciplinas obrigatórias com reais transformações nos modos de abordagem, com temas transversais e professores engajados e que entendem, minimamente, seu papel. A reforma, no ensino público, trouxe um caos em seu início e dificuldades prolongadas, principalmente, no sistema estadual.