Desde que iniciei minhas experiências na área da educação, estive em contato com alguns estudantes neurodivergentes, enquanto estagiária e auxiliar de sala não tinha acesso ao diagnóstico completo deles, então não sei se alguma dessas crianças tinha diagnóstico especificamente de Rett ou Asperger, ao perguntar para as professoras apenas falavam que eram autistas.
Neste ano iniciei minha carreira como professora titular de sala no 2º ano do ensino fundamental, vou destacar minhas impressões a partir daí. Tenho um aluno diagnosticado com TEA em nível 2 de suporte, ele tem uma auxiliar que o acompanha para realizar todas as atividades escolares, apesar dele apresentar um bom desenvolvimento pedagógico e quase nunca precisar de auxílio na hora de realizar as atividades da rotina, percebo que o apoio da auxiliar é fundamental para que ele inicie suas ações, uma vez que ele tem uma intervenção direta explicando o que deve fazer, realiza todas as atividades tranquilamente.
A comunicação dele é um pouco limitada, ele fala bem, porém para responder perguntas precisa que elas sejam feitas de maneira bem objetiva e sucinta, ainda sim há algumas vezes que ele só repete a pergunta feita, como se estivesse respondendo. É uma característica dele que já observei também em algumas outras crianças autistas, aspectos da ecolalia.
Percebo o desenvolvimento pedagógico dele acompanhando os aulos que são neurotípicos, não apresenta dificuldades e as intervenções necessárias são as mesmas que realizo com a maioria das crianças, apenas correções e apontamentos para aprimorar o que estão realizando. Em Matemática ele apresenta certa facilidade na realização de cálculos, a interpretação de situações problemas já são um pouco mais desafiadoras, geralmente ele pede ajuda para entender o que deve fazer para resolver, nestes casos eu ou a auxiliar o ajudamos para compreensão.
Neste tempo em que estou imersa nos ambientes escolares (desde 2017) percebo que as características do TEA nas crianças varia muito. Enquanto educadora penso que o caminho é conhecermos as especificidades de cada estudante e adaptarmos os conteúdos de acordo com as necessidades de cada um, o ensino assim se torna muito mais efetivo.
Oi, Juliana. Muito interessante o seu relato. Como você mencionou, somos únicos, e as pessoas com TEA também apresentam suas singularidades. Portanto, ao buscar estratégias, precisamos primeiro conhecer nosso aluno, suas necessidades, dificuldades, gostos, desgostos, etc. Somente assim as intervenções e o trabalho serão realmente eficientes e contribuirão para o desenvolvimento desse aluno.