Olá, professores e colegas
Viver com o Transtorno do Espectro Autista é uma jornada única para cada indivíduo. O filho de uma amiga minha, um jornalista de 26 anos que recentemente foi diagnosticado com TEA, pode atestar que a experiência varia enormemente dependendo de fatores como a idade do diagnóstico, o ambiente em que se vive e a compreensão das pessoas ao seu redor.
Um dos principais desafios que ele enfrenta é a interpretação da linguagem não verbal e das insinuações. Um exemplo que o próprio rapaz costuma dar quando é questionado sobre essa condição diz respeito à linguagem. Para ele, uma palavra tem um significado claro e preciso. Por essa razão, ele acha difícil entender qualquer outro significado implícito. Isso pode ser uma vantagem em seu trabalho, onde a clareza é essencial, mas pode ser um obstáculo em conversas cotidianas, especialmente com aqueles que são próximos a ele. Além disso, a hipersensibilidade, um aspecto comum do autismo, torna tarefas simples como pegar o ônibus na hora do rush uma experiência desafiadora.
Recentemente, ao conversarmos sobre o fato de que a maioria das pessoas não consegue identificar nele qualquer traço de uma pessoa com TEA, ele me surpreendeu ao dizer que considera isso um aspecto negativo. Isso porque muitas vezes as pessoas recebem a informação sobre o diagnóstico dele com ceticismo. Muitas vezes, as pessoas têm dificuldade em acreditar que ele é autista porque parece “normal”. Mas adivinhem? Ele é normal, com suas próprias especificidades! Por outro lado, ele diz esperar que exemplos de inclusão profissional bem-sucedida, como é o caso dele, possam mudar a perspectiva dos empregadores que muitas vezes têm receio de contratar pessoas com deficiência.
Embora estejamos fazendo progressos em direção à inclusão, o ritmo é lento. E é nesse ponto que entra a importância da promoção de uma Educação Inclusiva desde os primeiros anos de escola, pois as crianças são naturalmente mais acolhedoras e solidárias do que os adultos. À medida que crescem, parece natural que continuem a interagir com colegas atípicos. Portanto, é essencial que os professores sejam preparados para isso.
Neste contexto, as intervenções pedagógicas desempenham um papel vital. É importante que os educadores sejam treinados para entender e atender às necessidades específicas de alunos com autismo. Isso pode incluir estratégias para ajudar a gerenciar a hipersensibilidade, bem como métodos para facilitar a comunicação e a interação social. Além disso, os educadores devem ser incentivados a promover um ambiente de aprendizado inclusivo e acolhedor, onde a diversidade é valorizada e respeitada.