O TDAH é considerado um distúrbio de neurodesenvolvinento que aparece precocemente na infância, atingindo cerca de 3% a 7% das crianças abaixo de 12 anos, tendendo a diminuir com a idade mas ainda podendo aparecer de forma residual na adolescência e na vida adulta.
Segundo estudos, para pessoas que apresentam TDAH os problemas vão aparecer com mais ênfase no módulo cerebral responsável pelas funções executivas. Em descanso, há semelhanças entre o cérebro típico e o TDAH, as diferenças aparecem quando é exigida a concentração.
Os sintomas do TDAH são comumente associados a falta de educação, indisciplina, falta de controle, por isso é importante um diagnóstico muito bem feito por profissionais adequados. O TDAH é duas vezes mais comuns em meninos, sendo que as características predominantemente hiperativas acontecem de 2 a 9 vezes mais nos meninos enquanto a desatenção acontece em igual frequência em ambos os sexos.
Por si só as características do TDAH, de forma isolada, não servem de diagnóstico já que podem ser resultado de problemas na vida e infância. por isso, é sempre necessário contextualizar os sintomas na história da vida da criança. Na sociedade brasileira ainda se fala e se conhece pouco do TDAH, sendo que o transtorno por vezes acaba sendo associado a situações e não a causas biológicas.
A partir do diagnóstico, o profissional da educação pode observar na criança alguns ou vários dos sintomas de desatenção e/ou hiperatividade, cabe então ao professor, profissionais AEE, profissionais da educação, pensarem em práticas pedagógicas que vão incluir o aluno TDAH e também auxiliar na condução dos trabalhos, contribuindo assim para o desenvolvimento deste aluno.
Como práticas pedagógicas podemos citar o ambiente controlado, já que o barulho e a quantidade de informações e estímulos visuais no ambiente podem contribuir de forma prejudicial para o desenvolvimento das atividades; Atividades com menor tempo de duração, preservando o limite de atenção do aluno e ajudando na conclusão das tarefas, sendo que atividades mais curtas podem vir associadas a outras atividades diferentes, contribuindo para o aumento do interesse e menor dispersão em sala de aula; Propor atividades que aumentem a confiança entre professor aluno e aluno e colegas, de forma que a criança se sinta segura e valorizada no ambiente educacional; Analisar os interesses da criança, bem como a linguagem que ela mais se adapta, utilizando desse conhecimento para o preparo das aulas, por exemplo, crianças que são mais visuais vão apreender melhor a partir de imagens, crianças mais auditivas não vão lidar tão bem com conteúdo para ser copiado do quadro, etc. Reforço positivo imediato nos momentos em que a criança atingir os objetivos da tarefa, podendo ser um elogio, um sinal positivo, um reforço palpável como um carimbo no caderno, adesivos de estrelinhas, etc; Não reforçar os erros em hipótese alguma, não minar a confiança da criança, mas sim auxiliar o processo. Além das práticas pedagógicas, é importante ressaltar a importância de um acompanhamento profissional adequado, uso de fármacos se necessário e, principalmente, o acompanhamento familiar. A parceria família - escola é de extrema importância para o desenvolvimento da criança com TDAH, já que o trabalho de desenvolvimento e controle dos sintomas não acontece somente no ambiente escolar mas também em casa e em outros locais que a criança frequenta.