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Atividade 3.1 - Fórum temático

TDAH e praticas pedagogicas

TDAH e praticas pedagogicas

por MARIA LUCILENE DE CARVALHO - Número de respostas: 0

O Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é um transtorno neurobiológico de causas genéticas, caracterizado por sintomas como falta de atenção, inquietação e impulsividade. Assim como o Transtorno do Espectro Autista (TEA), aparece na infância e pode acompanhar o indivíduo por toda a vida. O TDAH pode ter um impacto significativo na vida de uma pessoa. Indivíduos com TDAH podem ter dificuldade na escola, no trabalho e nos relacionamentos. É um dos transtornos mentais mais comuns na infância, afetando uma população significativa das crianças em idade escolar.

O TDAH podem ser divididos em: i) dificuldade em prestar atenção aos detalhes, seguir instruções, manter o foco em tarefas, organizar-se, controlar os impulsos e terminar o que começam; ii) hiperatividade, agitação frequente, inquietação e têm dificuldade em ficar paradas, podem falar demais, mexer as mãos ou os pés, e ter dificuldade em ficar sentadas, (comportamento perceptível em alguns autistas); iii) Impulsividade: as pessoas com TDAH agem sem pensar nas consequências de suas ações. Elas podem falar ou agir sem pensar, interromper os outros, e tomar decisões precipitadas. É mais comum em meninos do que em meninas, (informações idem no TEA). Esse rápido paralelo entre TDAH e TEA leva a ver outras questões como as similaridades em alguns pontos nos dois tipos de transtornos, suas causas e no TDAH, o ponto em que nem toda criança com TDAH é hiperativo, às vezes a hiperatividade é devido a outras razões.

No vídeo, o psiquiatra Marcos Romano aponta esse detalhe. Segundo ele, a ideia que toda a criança com TDAH é hiperativa, o que não é totalmente verdadeiro. A hiperatividade não obrigatoriamente é uma condição do Transtorno de atenção – “elas podem nem ter TDAH e a hiperatividade delas podem ser por outras razões”, porque o indicativo é a característica de desatenção, distração por situações comuns, estimulando a distração externa ou interna (pensamentos de alheamento). A desatenção pode indicar uma criança que tende a ser desorganizada com suas coisas pessoais, tarefas escolares inacabadas e apresenta esquecimento frequente de compromissos da vida diária.

Nesse sentido, deixo um relato suscinto sobre um aluno com diagnóstico de TDAH, que ingressou no 1º ano na educação profissional e tecnológica de nível médio (EPTNM), no ano de 2019 com 19 anos. O Laudo Médico descrevia TDAH (CID. F90.0). Laudo: Apresenta funcionamento intelectual inferior à média com limitações funcionais nas áreas de habilidades acadêmicas (reprovações) sociais e de lazer. Apresenta episódio depressivo moderado. Faz uso contínuo de medicamento.

Como colaboradora pedagógica no Núcleo de Atendimento na Instituição Educacional, no ano de 2022 e 2023.1, ele havia ingressado na Instituição já fazia anos, ou seja, em 2023, há cinco (05) anos no ensino médio e já com 23 anos de idade sem vislumbrar a possibilidade de ser aprovado nas várias disciplinas em dependência, sem possibilidade de concluir o Estágio obrigatório e ser aprovado e concluir o curso. No segundo semestre, 2023.2, fora da faixa etária condizente, com dificuldades de interações sociais, episódios de bullying crises de depressão, a família e ele optaram por desistir e se inscrever no Proeja do Ensino Médio em outra escola. Esse estudante representa muito das características que o vídeo mostra, como uma pessoa dispersa, muitas vezes apontado com preguiçoso e desleixado. Dormia durante a aula, perdia eventos, encontros de laboratório, entrava na instituição, porém raras vezes entrava em sala de aula. Estava continuamente sob o efeito da medição que provocava entre outros efeitos, apatia e sonolência.

Sabe-se que o TEA é uma condição do neurodesenvolvimento, sendo o autismo considerado uma deficiência. O TDAH que também é um transtorno neurobiológico (genético), que apresentam características em comum como: dificuldades de realizar algumas atividades, mas não incapacidade. O TDAH não está contemplado no Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei Nº 13.146/2015), ou seja,

Se o Transtorno do Espectro Autista/TEA e o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade/TDAH são Transtornos de condição genética, por que o primeiro é considerado uma deficiência para a garantia assegurada de todos os direitos e o segundo não é considerado?  Ou o TDAH é visto como uma comorbidade do TEA?


 TDAH - praticas pedagogicas

Estudantes com TDAH que apresentam dificuldades de atenção, hiperatividade e impulsividade, pode dificultar seu desempenho escolar no processo ensino-aprendizagem. Para ajudar essas crianças a aprenderem é importante que os professores utilizem práticas pedagógicas inclusivas que atendam às suas necessidades individuais específicas.

Algumas práticas pedagógicas podem ser úteis como: atividades variadas para ajudar a manter a atenção e evitar o desinteresse pelo conteúdo a ser estudado; manter regras e rotinas claras para se orientarem. Por isso, é importante que as aulas sejam estruturadas e que as atividades sejam organizadas de forma lógica; trabalhar atividades práticas que precisam de mais tempo, como experimentos e projetos, também são úteis; atividades  interativas como jogos, gamificação, vídeos e simulações, são uma boa maneira de manter a atenção; materiais como figuras, objetos, com técnicas que podem fixar o conteúdo na memória delas; atividades de retorno imediato professor/aluno e sempre que possível o professor poderá usar do reforço positivo para os estudantes se sentirem motivados. Por isso, é importante elogiar e reconhecer os esforços deles. 

Além dessas práticas pedagógicas, é importante que o professor conheça sobre o transtorno, tenha uma boa comunicação com a família dos alunos com TDAH. A família pode fornecer informações importantes sobre o aluno, como suas dificuldades e habilidades. O professor também pode trabalhar em conjunto com o professor da Sala de Recurso Multifuncional/SRM para desenvolver um Plano Educacional Individualizado/PEI com estratégias que auxiliem o aluno no aprendizado. Por isso, é importante que os professores trabalhem colaborativamente, escola e família da criança para desenvolver um Atendimento Individualizado.