O projeto desenvolvido na escola Cmei Profª Ariete Gaio de Souza Oliveira, na cidade Manaus, tem como principal objetivo "abordar a influência sociocultural sofrida pelas crianças negras na região Amazônica e a importância de evidenciar e valorizar personagens negros em filmes, livros, vídeos, bem como em outras ferramentas que podem ser consideradas como artefatos culturais e que produzem pedagogias culturais" (SOBRAL 2022).
Através deste projeto foi possível evidenciar a problemática em torno da não aceitação e do não reconhecimento de crianças negras e pardas sobre suas identidades, bem como nos demonstrar que esta questão é o resultado da invisibilidade com qual pessoas negras precisam lidar no estado do Amazonas, devido a estereótipos e concepções consolidadas aceca da ocupação étnica do território amazonense. O trabalho desenvolvido com estas crianças e com as famílias trouxe à tona, incialmente, a dificuldade das crianças de se aceitarem e de não representarem suas cores nos desenhos propostos pela professora, reforçando a visão do lápis rosa como o lápis "cor de pele". A partir de provocações e estímulos impulsionados pela educadora, as crianças passaram a se perceber e a se reconhecer enquanto sujeitos dotados de identidade própria e parte fundamental da multiplicidade inerente a nossa sociedade. Projetos como estes são essenciais na construção da identidade e da auto aceitação de sujeitos historicamente invisibilizados e ainda hostilizados. Mais ainda, os resultados obtidos com o trabalho realizado é direcionado não somente a crianças negras ou pardas, mas aos educandos brancos que, no despertar de suas consciências, também são figuras importantes na eliminação de atitudes racistas e no desenvolvimento de uma sociedade justa, democrática e aberta às diferenças.