Trabalho Premiado: PROJETO EU SOU ASSIM: “ESSA É A COR DA MINHA PELE (Prf. Almerinda Cristina Oliveira de Souza Sobral). VI PRÊMIO MEI de DOCÊNCIA – EDIÇÃO 2022. Categoria: Educação Infantil. Escola: Cmei Profª Ariete Gaio de Souza Oliveira – Manaus/AM.
O trabalho desenvolvido pela Professora teve como objetivo favorecer a aquisição de valores e atitudes que contribuam para o fortalecimento da autoestima e obtenção da identidade racial na infância, promovendo o respeito às diferenças e à diversidade étnica, colaborando para a superação de situações discriminatórias e oportunizando uma educação antirracista.
A professora relata ter tido, duarante sua jornada docente, alunos dos mais variados tons de pele e raçãs diferentes, porém todos eles tinham em comum pintar as figuras de pessoas com o lápis cor de rosa ou da cor bege. Afirma perceber que as crianças da região (Manaus/AM), tem dificuldade em se reconhecer como negras ou descentes de indígenas. A professora começou a questionar os alunos do porque pintarem as figuras de determinada cor, ao que eles respondiam que era porque aquela era a “cor da pele”. Além das perguntas que o instigavam a questionamentos a professora exibiu o filme “A fera do mar”. Afirma que durante a exibição houve identificações de alunas negras com a personagem do filme. E que, após a exibição, os alunos fizeram desenhos dos personagens. Teve, ainda, a leitura e apresentação em vídeo da história: A menina bonita do laço de fita, ao final os alunos também fizeram a pintura do desenho. Por fim, cada criança fez um autoretrato. Ao final do projeto, houve a apresentação dos trabalhos das crianças com a presença dos pais.
É importante que histórias de literatura infantil, filmes, vídeos e desenhos variados sejam apresentados às crianças desde pequenas, abordando temas, como gênero e relações étnico-raciais, discriminação e racismo possibilitando que as crianças reflitam que a diferença não precisa ser esteriotipada e inferiorizada. É relevante apresentar representações positivas de personagens negros, para que as crianças pardas e negras internalizem desde a mais tenra idade que é normal ter autoestima elevada, que elas podem e devem ser empoderadas e que o lugar delas é onde elas quiserem.
Importante destacar de logo, o lugar de fala da professora que desenvolveu o projeto, a professora Almerinda Cristina, que é negra e, conforme a mesma afirma, há uma dificuldade, não apenas das crianças, mas também de adultos em reconhecer pessoas negras como originárias da região (Manaus-AM). Assim, o seu proejto partiu de uma necessidade, uma lacuna social identificado pela própria professora, tanto na sala de aula quanto no meio social em que a mesma vive. É necessário que o docente esteja sempre atento ao meio que o cerca a fim de poder identificar possíveis temas a serem trabalhados a fim de contribuir para a formação de uma sociedade mais justa e igualitária.
Outro ponto a se destacar é que a professora desenvolveu seu projeto com auxílio de obras literárias, cinamatográficas e audiovisual. Ela destaca no projeto que obras literárias, assim como filmes e vídeos são instrumentos de aprendizagem, funcionando como pedagogias culturais que podem influenciar a formação das identidades infantis de crianças negras e não negras. Assim, percebe-se a importância de o professor buscar ferramentas que auxiliem no desenvolvimento do ensino-aprendizagem e a tecnologia pode ser uma excelente ferramenta.