Entre premiados na sétima edição do Prêmio MEI, escolhi falar um pouco sobre o trabalho "CATALISANDO PROPOSTAS DE FORMAÇÃO CRÍTICA E REFLEXIVA DE ESTUDANTES NA EDUCAÇÃO BÁSICA: (RE)PROBLEMATIZANDO AS FAKE NEWS", de autoria de Mateus José dos Santos. Para começar, achei esse estudo uma proposta inovadora e vital para a educação contemporânea. O autor direciona seu foco para o desenvolvimento da formação crítica e reflexiva dos estudantes do 8º Ano do Ensino Fundamental II, através de uma abordagem que envolve uma (re)leitura investigativa de fake news.
O cerne da pesquisa revela que as fake news, em sua produção, infiltram-se no universo das Ciências, especificamente no conteúdo de Fisiologia Humana, uma temática central abordada no referido nível de ensino. Essa interconexão entre a disseminação de informações falsas e o conteúdo curricular destaca a relevância intrínseca do trabalho de Santos, apontando para a necessidade de uma abordagem pedagógica que contemple não apenas a transmissão de conhecimento, mas também o desenvolvimento de habilidades críticas essenciais para a participação ativa na sociedade contemporânea.
A metodologia empregada no estudo é notável, envolvendo os estudantes em uma sequência de atividades que os conduzem a estabelecer conexões significativas com a vida em sociedade. A mediação do professor em sala de aula, aliada às discussões entre os pares sobre as fake news, não apenas amplia o entendimento dos alunos sobre o fenômeno, mas também os capacita a desenvolver uma visão crítica de mundo. Nesse sentido, o trabalho de Santos transcende os limites tradicionais da sala de aula, transformando-a em um espaço propício para a construção ativa de conhecimento e consciência social. Um procedimento que coaduna com o que foi intesamente debatido na estrevista do professor Vitor Henrique Paro, tema da nossa Atividade 4.1.
A respeito da relevância da proposta apresentada, é inegável que a temática das fake news é não apenas relevante, mas imperativa nos dias de hoje. A disseminação incessante de informações falsas, notadamente durante períodos eleitorais, representa um desafio constante para a sociedade. Concordo com a abordagem do autor ao integrar esse fenômeno nas salas de aula, extrapolando as fronteiras disciplinares e fomentando uma educação que não apenas informa, mas capacita os estudantes a discernir, analisar e questionar as informações que recebem.
O autor propõe uma abordagem pedagógica que incorpora o ensino de mídia e informação no currículo escolar, visando habilitar os estudantes a identificar notícias falsas, analisar fontes e considerar diferentes perspectivas. Destaca-se, ainda, a ênfase na promoção do pensamento crítico e reflexivo sobre as informações recebidas, encorajando os alunos a adotarem uma postura questionadora diante dos conteúdos que consomem.
A pertinência do tema é ressaltada pela sugestão de integrar disciplinas como história e português no desenvolvimento de projetos sobre notícias, ensejando uma compreensão mais ampla sobre os tipos de fontes utilizados em pesquisas. Essa abordagem interdisciplinar não apenas enriquece o aprendizado, mas também contribui para a formação integral dos estudantes, capacitando-os a aplicar os conhecimentos adquiridos de maneira contextualizada e crítica.
Em última análise, a proposta de Mateus José dos Santos para catalisar a formação crítica e reflexiva dos estudantes na educação básica através da (re)problematização das fake news é digna de aplausos. No meu caso em particular, que sou professor de Língua Portuguesa, esse trabalho me fez enxergar as notícias falsas não apenas como um desafio, mas como uma oportunidade para desenvolver habilidades importantíssimas nos estudantes, preparando-os para enfrentar o cenário complexo e dinâmico da informação na sociedade contemporânea, contribuindo assim para a formação de cidadãos mais conscientes, críticos e participativos em um mundo no qual estar realmentente bem informado é um desafio.