Categoria Educação Infantil. Vencedora: Almerinda Cristina Oliveira de Souza Sobral. Projeto: “Eu Sou Assim: Essa é a Cor da Minha Pele”. Local da experiência: CMEI Profª Ariete Gaio de Souza Oliveira – Manaus/AM
A Autora abordou a influência sociocultural sofrida pelas crianças negras na região Amazônica e a importância de evidenciar e valorizar personagens negros em filmes, livros, vídeos, bem como em outras ferramentas que podem ser consideradas como artefatos culturais e que produzem pedagogias culturais. O ato de desmistificar o uso do lápis rosa ou salmão como “cor da pele” nos possibilitou observar a dificuldade das crianças negras e pardas em identificar a sua cor da pele ou melhor, de representar a sua identidade racial nos desenhos realizados por elas. O projeto destacou a produção e disseminação de pedagogias culturais de representação e empoderamento das crianças negras como potenciais protagonistas de suas próprias histórias, colaborando com a sua formação enquanto sujeito e na construção de sua identidade étnico-racial.
A abordagem teve o propósito de desenvolver uma educação antirracista e libertadora, a partir das inquietações da professora frente à dificuldade das crianças de não se identificarem ou tampouco se representarem como pessoas negras ou pardas nos autorretratos, desenhos e pinturas que faziam. Para tanto, foi necessário destacar e valorizar a história do povo negro e a construção das identidades étnico-raciais brasileiras, particularmente em regiões como a Amazônia onde as pessoas negras são invisibilizadas.
A autora, com muita razão, salientou que o projeto, conquanto se destinasse a apresentar representações positivas de personagens negros, para que as crianças pardas e negras internalizem, desde a mais tenra idade que é normal ter autoestima elevada, também pretendia, em outra ponta, sensibilizar pessoas e crianças brancas para que, desde a infância, aprendam e reproduzam práticas antirracistas.
Como afirmava Paulo Freire, com razão, a educação, quando é libertadora, liberta não apenas o oprimido, mas também o opressor. Processos sutis de opressão e desigualdade tendem a se expressar nas relações sociais. É preciso muito diálogo para promover a verdadeira libertação, sem ferir, e persuadir sem oprimir. A verdadeira democracia começa na escola.