A inclusão de estudantes com deficiência visual em escolas regulares merece um olhar mais atento e mais minucioso em face da possível rejeição do grupo para com esses alunos, e assim, não podemos imaginar uma inclusão meramente ilusória, isto é, apenas colocar esses discentes em meio aos outros e deixar fluir naturalmente sua interação.
Possivelmente, um dos maiores desafios dos docentes para trabalar com alunos que apresentam necessidades especiais como cegueira ou baixa visual seja a falta de capacitação e formação adequada para lidar com este público-alvo. Se faz necessário, portanto, além do incentivo à formação continuada docente, que professores da classe comum e professores do Atendimento Educacional Especializado (AEE) trabalhem em conjunto e de forma colaborativa, contribuindo assim para o desenvolvimento cognitivo destes estudantes. Além disso, o aluno com necessidades especiais de cegueira ou visão subnormal deve ser matriculado em sala de recurso, em horário distinto do seu horário de estudo em sala regular de ensino, visto que na sala recurso o aluno recebe recursos específicos e materiais pedagógicos adequados ao seu processo ensino-aprendizagem, adequado ao nível de desenvolvimento em que se encontra, a fim de superar as dificuldades de integração na classe comum.
O professor da sala de recursos assume o papel de efetuar a avaliação funcional da visão e o desenvolvimento do educando; participar do planejamento da escola, solicitando junto à direção da escola materiais específicos para o bom desempenho da sala; adaptar a proposta da sala comum ao nível de desenvolvimento e necessidades do(s) aluno(s); adaptar os conteúdos curriculares em face do desenvolvimento do aluno; favorecer a integração das funções tátil-cinestésica-auditiva-olfativa e visão perceptiva no caso da visão subnormal; adaptar o material de leitura e escrita à capacidade visual ao aluno com visão subnormal; contribuir para a introdução dos recursos específicos à aprendizagem do Sistema Braille (reglete, máquina braile) e uso do Sorobã; ensinar o código Braille aos alunos, familiares e professor da classe regular; elaborar com o aluno e seus familiares um programa de atividades da vida diária e orientação e mobilidade.
Nesse contexto deve estar disponível ao aluno com deficiência visual a prancheta com reglete para escrita em Braille, a máquina de escrever em Braille e a ferramenta de maior destaque na interação do deficiente visual com o mundo, o computador, que deve ser acoplado ao Dosvox, um programa totalmente brasileiro, de baixo custo que, por meio de um scanner, faz a leitura de qualquer material, o que facilita a interação do deficiente visual com o mundo.