Esse é um tema que me envolve pessoalmente e, de cara, é bem difícil de responder, pois o diagnóstico de altas habilidades é uma verdadeira caminhada e a expressão de cada um é diferente. Sou mãe de uma criança de 11 anos com diagnóstico de dupla excepcionalidade, TDAH e AH/SD, o que não é incomum, pois muitas crianças TDAH e TEA tem ah/sd. O diagnóstico é lento e muito caro, sem acesso via rede pública de saúde, a não ser em centros específicos como APAE, o que leva meses entre uma consulta e outra, ou seja, não serve de quase nada.
Uma das características da AH/SD é a assincronia, algumas coisas se desenvolvem além da média e outras estancam ou regridem, dependendo de muitos fatores: interesse da criança, acompanhamento psicopedagógico e psicológico, estabilidade emocional, estabilidade familiar.
Ter um diagnóstico precoce é muito importante, pois cada criança apresenta expressões diferente da AH/SD. A escola, tendo o diagnóstico, é capaz de iniciar o preparo mais específico de metodologias que atendam as necessidades desta criança, diversificando as metodologias em sala de aula, nas avaliações e propondo atividades extras de aprofundamento na área de interesse desta criança nas salas de AEE e desenvolvendo um trabalho de parceria com os responsáveis e especilistas que o acompanha. Esse é um imenso desafio, pois mesmo as pessoas que trabalham com esse grupo não sabem como fazer essas adaptações de fato.
Pra falar da realidade da escola, a maioria dos alunos nem tem diagnóstico e quando a pessoa é percebido pelo docente, a primeira dificuldade é fazer um diagnóstico, a segunda é promover a adapação que demanda conhecer esse aluno de forma muito profunda. Na escola de ensino médio, em que os alunos encontram o professor uma vez na semana, essa identificação de especificidade é muito difícil, dependendo de um diagnóstico prévio e acompanhando de equipe multidisciplinar.