Como professor na rede estadual dos Estados do Maranhão e Piauí, vivenciei algumas experiências marcantes em relação à inclusão de alunos com necessidades especiais. Tive uma aluna com deficiência visual, para quem contávamos com um professor tradutor de braile para auxiliá-la durante as avaliações. Essa iniciativa foi valiosa, mas logo percebi que era insuficiente para proporcionar uma inclusão completa. Infelizmente, o professor tradutor de braile estava disponível na escola apenas algumas vezes na semana, o que deixava a aluna sem acompanhamento nas atividades diárias das disciplinas, limitando assim suas possibilidades de aprendizado e participação plena.
Outra situação que vivenciei foi a falta de estrutura física em uma das escolas para receber alunos cadeirantes. Em locais em que trabalhei, não havia rampas de acesso nem banheiros adaptados, o que tornava o ambiente inacessível para esses alunos. Infelizmente, somente quando um aluno cadeirante foi i matriculado, a escola tomou providências para adequar sua estrutura física, evidenciando uma falta de planejamento prévio para garantir a inclusão desde o início.
Além disso, deparei-me com um aluno que tinha dificuldades de aprendizagem. Mesmo com as solicitações feitas, a rede de ensino nunca enviou um psicólogo ou outro profissional para acompanhá-lo e oferecer o suporte necessário para superar suas barreiras de aprendizagem. Isso demonstra uma falha no sistema educacional em proporcionar recursos adequados para alunos com necessidades específicas.
Diante dessas experiências, fica evidente que a inclusão na educação ainda é limitada e que muitas vezes tanto a escola quanto o poder público se eximem da responsabilidade de garantir uma educação inclusiva e de qualidade para todos. É fundamental que haja um comprometimento maior por parte das instituições de ensino e das autoridades competentes em proporcionar as condições adequadas para que todos os alunos tenham igualdade de oportunidades de aprendizado e desenvolvimento.