Compreendo a Educação na Perspectiva Inclusiva
como uma concepção pedagógica que defende e busca assegurar o direito à educação de qualidade, e à aprendizagem de um contingente
significativo de pessoas pobres e diversas quanto ao pertencimento étnico
racial, pois são negras, indígenas, ciganas, quilombolas entre outras
denominações tradicionais. E também diversas no que se refere ao tempo e as
formas de aquisição de conhecimento, porque há neste contingente significativo
de pessoas sujeitos com deficiência física, visual, auditiva, intelectual,
psicossocial e deficiência múltipla, autismo dos mais variados graus, entre outras
especificidades sociocognitivas que exigem atendimento educacional
especializado, ou tão somente atenção individualizada. Quando atuava na sala de aula no ensino médio,
e agora atuando na coordenação pedagógica do ensino fundamental, todas as vezes
que proponho reflexões sobre a reprodução das desigualdades sociais nas
desigualdades escolares e alvitro mudanças de práticas para promoção de uma
educação inclusiva, a cultura escolar com suas formas de organizar o tempo, o
currículo e as práticas educativas se impõe, com destaque para as barreiras
atitudinais que são sempre as mais violentas, deforma que as diferenças de
concepção de educação se transformam em divergências político-pedagógicas. A organização da disciplina Educação Inclusiva e Especial propiciou que eu revisitasse o
conceito de violências simbólica de Pierre Bourdieu e compreendesse as
barreiras atitudinais pela perspectiva política, e do conflito. Os relatos de
experiência nas aulas síncronas reforçaram este entendimento, na medida que as
professoras compartilharam o árduo e moroso trabalho de se construir uma escola
mais inclusiva.