De acordo com Milton Santos, a globalização não é apenas uma questão de integração econômica ou de troca de produtos, mas também envolve um impacto profundo nas estruturas sociais, culturais e espaciais das comunidades em todo o mundo. Ele destacou que a globalização tende a acentuar as desigualdades existentes entre as nações e regiões, pois os países mais desenvolvidos frequentemente se beneficiam mais do que os menos desenvolvidos.
Santos também enfatizou que a globalização não é um processo neutro, mas é moldada por interesses políticos e econômicos específicos. Ele argumentou que as grandes empresas multinacionais e as instituições financeiras internacionais exercem uma influência significativa na definição das regras da globalização, muitas vezes em detrimento das culturas locais e das economias locais.
Além disso, Santos salientou que a globalização pode levar à homogeneização cultural, onde os valores e padrões culturais predominantes são difundidos globalmente, muitas vezes em detrimento das identidades culturais locais. Ele também alertou para a crescente fragmentação das cidades e comunidades, onde as disparidades sociais e espaciais podem se aprofundar como resultado da globalização.
Em resumo, a visão de Milton Santos sobre a globalização é crítica e se concentra em seus efeitos desiguais, nas influências das grandes empresas e na perda potencial da diversidade cultural e da identidade local. Ele procurou destacar as complexidades e nuances desse processo global, ao mesmo tempo em que enfatizava a importância de se considerar o impacto nos níveis locais e regionais.