O texto da semana traz a a recomendação da Conferência Mundial de Educação para Todos, realizada em Jomtien, na Tailândia, que teve por documento final a Declaração Mundial sobre Educação para Todos: Satisfação das Necessidades Básicas de Aprendizagem, um evento cujos desdobramentos foram financiados pelo Banco Mundial e outras instituições financeiras internacionais. A proposta teve por objetivo amoldar o sistema educacional aos interesses de seus financiadores, que enxergaram na reformulação desse sistema uma porta para formar consumidores. Em outras palavras, apesar de haver sim necessidade de reforma do sistema educacional em vários países, essa desconsiderava as particularidades políticas e culturais nacionais, ou seja, a mudança de estrutura foi ditada pela globalização.
O documentário "Globalização - Encontro com Milton Santos: O mundo global visto do lado de cá", aponta as consequências de uma sociedade em que o humanismo perde lugar para o consumismo, imagem, mais uma vez, da globalização, em que padrões a serem seguidos são impostos aos governos, como meio para alcançar prosperidade. É citado o Consenso de Washington, que estabeleceu austeridade fiscal, elevação de impostos, juros altos para atrair investimentos estrangeiros e privatizações. Em que pese ter havido contundente discurso de melhoria iminente ao implementar essas políticas, o documentário relata a escassez de recursos básicos e a miséria da vida real.
Por fim, a música "Globalização: o delírio do dragão" mostra que o chamado dragão e seu tenebroso véu é o sistema que suga o sangue do povo. Aliás, não só suga como o faz existir sem questionar a partir da lógica de existência para o consumo, criando a falsa ideia de integração mundial, quando na verdade o que ocorre é a nova colonização de países, que se tornam quintais dos outros.