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Atividade 2.1

Uma bela distração para uma sociedade desavisada, para não dizer politicamente cega.

Uma bela distração para uma sociedade desavisada, para não dizer politicamente cega.

por Vagner Luiz da Fonseca - Número de respostas: 0


Sob o pré-texto de que os alunos poderiam escolher disciplinas com as quais tivessem mais afinidade, de modo a contribuir para o melhoramento de sua formação para o mercado de trabalho, a desatenta sociedade brasileira calou-se diante dos falsos encantos impressos na Lei n.º 13.415/2017. 

O que mais salta aos olhos é que essa deformação da educação atende aos interesses daqueles que se beneficiam do atraso e do analfabetismo funcional. Não houve tempo de preparação das instituições públicas de ensino para a oferta adequada dos conteúdos, muito menos a devida preparação docente para ministrar os conteúdos propostos em cada itinerário. Eu mesmo presenciei uma professora de geografia, em uma escola particular aqui da cidade que, ao ministrar um itinerário de empreendedorismo estava fazendo uma composteira com os alunos em um tambor de plástico. Nada contra a professora, nem com a composteira, mas contra a falta de despreparo das redes para lidar com seriedade e tratar o assunto de forma responsável à luz de alguma razão que torne o ensino exequível, obedecendo com sobriedade uma proposta decente.

Esse tipo de situação é muito comum em uma sociedade desavisada que se preocupa com o mínimo do mínimo do mínimo, sem expandir sua visão em relação à vida, à existência. Uma sociedade mecanizada, repetitiva e chata, que não consegue e não quer enxergar a quantidade e a qualidade dos interesses escusos que estiveram e permanecem nos bastidores da tão sonhada Lei n.º 13.415/2017. Ou seja, a perversidade dos grupos dominantes em colocar em grande confusão as escolas, os órgãos de educação, enquanto ludibriam as famílias com falsas ilusões, tamanha é a incapacidade de reflexão, de análise e discernimento de nossa sociedade, da população brasileira. 

São muitas os defeitos impostos às instituições quanto a organização curricular, como a perda de carga horária de conteúdos essenciais para o desenvolvimento crítico dos discentes, a falta de preparo dos professores que assumirão conteúdos para os quais eles não foram habilitados, ou seja, houve uma grande invencionice em torno à questão e o mais assustador é que não houve nenhum movimento significativo, de professores ou da sociedade, contrários à lei. O que nos permite inferir que neste país, se dançará ainda por longas datas a música que os outros acham que temos de dançar.