Nos estudos dessa semana foi possível compreender o panorama histórico de estruturação da Educação Profissional e Tecnológica no país. Os embates políticos foram diversos e fica claro como as demandas sociais na educação só são atendidas após muita pressão sobre as classes dirigentes, tanto é que, apesar das conquistas obtidas com a expansão da rede federal de ensino técnico integrado pós-2003, o retrocesso foi imensurável com Reforma do Ensino Médio em 2017.
Há uma ideologia velada de manutenção da estratificação social através das próprias hierarquias que acometem os sistemas de ensino, pois, a educação propedêutica fica restrita aos estudantes que têm um capital econômico, cultural e social elevado, enquanto os filhos dos trabalhadores são destinados a se formar exclusivamente pelos ditames do mercado em escolas sucateadas, com professores sem formação e cursos com conteúdos genéricos, atendendo o ensino das competências de capacitação.
Essa visão mercadológica do ensino precisa ser problematizada para que o país avance de fato na garantia da educação como um direito de todos. Sempre ouvimos sobre a importância da educação, incluindo a educação profissional, mas na prática, o que tem sido feito de fato para valorizá-la? O governo atual tem buscado apoio político dos profissionais de educação, mas o que tem dito sobre a Reforma do Ensino Médio? No meu entender, a luta pela revogação dessa lei ainda não foi silenciada, como muitos querem que aconteça...