O tema abordado escancara uma realidade da Educação Brasileira. A legislação que rege e regula a educação tem um grave descompasso entre a determinação e a execução prática da lei.

Enquanto a lei preconiza uma utopia de ensino e formação de jovens, o que se constata na prática de um ensino, defasado, mal aparelhado, confuso e dirigido por professores sem formação própria e falta de capacidade específica para a formação de um curso técnico ou tradicional.

A guerra existente entre a formação tradicional e a formação técnica, esbarra em “n” dificuldades que vai desde a falta de capacidade dos discentes formadores à falta de verbas para bancar e estruturar um ensino que demanda além de um simples prédio, equipamentos e tecnologias atualizadas para dar vazão e atualização das profissões que envolve o ensino técnico.

Não se conhece no Brasil uma escola formadora de professores específicas para o ensino profissional técnico. O que se tem são arremedos de professores advindos de uma formação cientifica universitária que se arvoram no ensino técnico de forma experimental, e assim vão forjando técnicos que acabam por se especializarem quando de fato chegam nas fábricas e indústrias de trabalho.

Usar um profissional forjado no campo de trabalho por suas expertises, não é garantia de que os novos profissionais formados sejam capazes de exercer de forma íntegra e absoluta sua formação profissional.

Sua formação sendo empírica a partir de erros, acertos e aprendizado copiado, não tem o condão de uma formação pesada, calculada e aplicada em estudos e pesquisas por professores preparados para tal.

O que se percebe é que o estado é muito criativo quando se trata de elaborar e inventar leis que sonham em tornar nossa educação uma perfeição de qualidade e excelência.

Mas no momento do investimento necessário a aplicação “daquela” maravilha, faltam recursos para os equipamentos, tecnologias, valorização dos professores, desenvolvimento dos estudos e das tecnologias e de um acolhimento dos docentes e principalmente dos discentes que mal formados ou inadequados, são elos de um futuro já perdido.

Portanto o que diz a legislação da educação brasileira e o que se pratica em salas de aula, são antagonias de um filme de ficção, que poderá ser aplicado, mas que a politização e as metas educacionais de nossos dirigentes, ainda não se alinharam e quiçá um dia será motivo de orgulho e desenvolvimento para o nosso querido Brasil.