Os textos discutem o lugar do Ensino Médio na Educação brasileira. Não tendo a expressa obrigatoriedade na Constituinte de 1988, sendo, de outra forma, implantando gradativamente, sem garantia constitucional expressa, o Ensino Médio foi delegado aos Estados com a participação da União.
A necessidade de geração de mão-de-obra para as indústrias, fábricas, mercado de trabalho em geral, trouxe para as escolas de Ensino Médio a urgência de profissionalizar seus alunos. Desde então, ocorre a dualidade entre os que são formados para ser mão-de-obra e os que são formados para serem intelectuais.
O ensino médio integrado, no âmbito do governo federal, tenta romper com essa dualidade, proporcionando formação técnica e humanística e preparando seus alunos, independente da classe social, para o acesso ao ensino superior público.
A reforma do Ensino Médio traz a lógica empresarial, presente desde a década de 1990. Aponta caminhos para formar profissionais e não cidadãos. O aluno deverá escolher seu ramo de interesse e terá um currículo adaptado a partir disso, ou seja, nossos jovens, muito jovens, terão o universo profissional limitado a uma escolha na adolescência, sem ter contato com as demais teorias e a possibilidade de migrar para outra área do conhecimento.
Os professores serão avaliados por notório saber, pela quantidade de cursos em diferentes instituições educacionais, em detrimento de uma formação sólida e de qualidade e nem mesmo deverão ter a licenciatura, tão necessária para o processo de ensino.
Submete-se a educação profissional técnica de nível médio à lógica empresarial e do mercado, em detrimento de formar cidadãos críticos e reflexivos, com responsabilidade social e ética.