Tenho observado sim mudanças positivas em relação aos avanços no cotidiano escolar dos estudantes com deficiências. Desde que comecei a trabalhar em escolas (em 2012 como professor e, há aprox. 4 anos, como coordenador pedagógico), percebo que as políticas públicas têm considerado a existência e a importância das pessoas com deficiência na sociedade. Há algum tempo, de forma contrastante, pessoas com deficiência eram invisibilizadas ou, quando enxergadas, sumariamente excluídas, estereotipadas, deixadas à disposição de atos discriminatórios. Obviamente, essa não é, nem de longe, uma realidade superada. Porém, é inegável que tivemos melhorias, o que é resultado de intensas lutas encampadas por setores sociais interessados em materializar condições objetivas (ou seja, reais e concretas, para além dos discursos teóricos) favoráveis à inclusão de fato.
Quando analiso a situação da cidade em que trabalho (São Paulo), posso afirmar que recebemos recursos em quantidade adequada, visando ao fortalecimento do trabalho com a inclusão e com os alunos público-alvo da educação especial. Isso é, de certa forma, um privilégio. É claro que nem todas as escolas possuem boas condições de infraestrutura, capazes de acolher todas as demandas relacionadas às necessidades específicas das pessoas com deficiência. Mas, em geral, a rede municipal tem realizado investimentos importantes nesse sentido. Contudo, ao comparar o cenário supracitado com aquele das regiões mais afastadas dos grandes centros urbanos, fica evidente que o fluxo de investimentos e a logística de recursos são, quase sempre, mais escassos, o que destaca o panorama cruel da desigualdade/inequidade social em nosso país.