O ideal clássico do currículo deve abranger o conteúdo, tratando o que
deve ser ensinado, incluindo disciplinas e habilidades específicas. Essa
parte conteudista precisa de métodos de ensino compatíveis, pensando
como o conteúdo será apresentado aos alunos, incluindo entre outros
recursos os materiais e abordagens pedagógicas.
Para atender os
objetivos o caminho por vezes segue um sequenciamento, essa parte
contempla a organização e a progressão do aprendizado ao longo do tempo,
de forma a garantir uma progressão adequada e contínua. Isso precisa
estar alinha aos objetivos educacionais no desenvolvimento do educando,
incluindo habilidades, conhecimento e compreensão. Os objetivos são
acompanhados por avaliações, falo dos testes, projetos, atividades e
autoavaliações.
O curriculo sofreu evoluções e através das
teorias criticas tem oportunizado o atendimento de diversas demandas
sociais que por vezes são ignoradas. Falo isso pois sempre está
contigenciado por um viés cultural e social, o currículo é reflexo dos
valores, perspectivas e crenças da cultura dominante, perpetuando assim
desigualdades. Nesse sentido pode ser uma forma de ocultar vozes, pois,
pode negligenciar ou subrepresentar experiências, histórias e
conhecimentos de grupos marginalizados, reforçando assim a
invisibilidade e a opressão.
Nesse sentido gostaria de
compartilhar um retrocessos e um progresso na contribuição com a reforma
curricular do curso de agronomia que está em curso pra aqui, na UDESC.
O
retrocessos: Será substituída a disciplina de Uso e conservação do solo
por outra chamada Manejo do solo, o que segue a tendência de ofertas
curriculares contemporâneas. Um retrocesso pois em Uso e conservação
temos como cerne a manutenção das colheitas e compreensões ambientais do
cultivo agrícola para amparar a permanecia das famílias e
consequentemente do jovem no campo. O conhecimento meramente tecnicista
da disciplina de Manejo do solo infelizmente não compreende essas
faculdades.
O progresso: Será incluida na área de produção
vegetal uma disciplina de fruticultura de clima temperado, isso é uma
resposta as demandas das familias de colonos japoneses da região que
cultivam maçã, amoras, pessego, kiwi, uva, entre outros frutos. Esse é
um espaço curricular aberto também para a pesquisa e extensão permitindo
não somente o desenvolvimento técnico nesse sentido na região mas um
espaço de voz para que esses produtores, atarvés de vários atores,
possamtrazer outras demandas.