As mudanças propostas na Base Nacional Comum Curricular no Brasil têm suscitado debates intensos sobre a participação democrática na construção e implementação dessas reformas educacionais e as consequências práticas para o contexto escolar.
Primeiramente, a voz dos educadores e da comunidade escolar, fundamentais nesse processo de definição do rumo educacional, parece ser negligenciada. A implementação da BNCC e do Novo Ensino Médio deveria refletir os anseios e necessidades dos principais interessados: os alunos, os professores e a comunidade. Contudo, a falta de consulta e debate aberto tem gerado críticas sobre a falta de representatividade e legitimidade dessas mudanças.
A falta de investimentos adequados e a ausência de espaços para debates têm contribuído significativamente para a perpetuação das desigualdades no acesso e na qualidade do ensino. É imprescindível repensar não apenas as mudanças curriculares, mas também as condições estruturais das escolas e a valorização da formação dos professores.
Certamente, a participação democrática não se resume apenas a ouvir opiniões, mas a incluir os diversos atores do cenário educacional no processo decisório. É fundamental um diálogo aberto e inclusivo, considerando as particularidades de cada realidade escolar, para garantir que as mudanças propostas sejam efetivas e atendam às reais demandas dos estudantes.
Da mesma forma, a democratização do processo educacional não se restringe apenas à formulação de diretrizes, mas também à implementação de políticas inclusivas, que garantam a igualdade de oportunidades e o acesso à educação de qualidade para todos.