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Fórum obrigatório 4: reflexão

Heterogeneidade dos alunos na sala de aula

Heterogeneidade dos alunos na sala de aula

por João Vitor Caldas Santos - Número de respostas: 7

A palestra de Franck Ramus nos provoca, dentre várias temáticas, a uma reflexão interessante sobre a questão, em especial, acerca da heterogeneidade dos alunos na sala de aula. 


De forma inicial, o palestrante introduz a problemática de como lidar com a heterogeneidade na sala de aula. Isto é, questiona a possibilidade de existir uma metodologia de ensino capaz de se adaptar tanto para os "melhores" quanto para os "piores" alunos. Imediatamente, baseado no senso comum, propõe a segregação dos alunos, para tornar as turmas mais homogêneas. Essa segregação ocorreria por meio da reprovação dos alunos mais fracos. Porém, na sequência, a partir de reflexões críticas e baseado em dados experimentais, comprova que essa solução não é adequada. Pois, promove um decaimento no aprendizado geral dos alunos, além de aumentar a heterogeneidade. Ainda dentro da problemática, o palestrante sugere, baseado em pesquisas científicas, o agrupamento flexível e dinâmico de alunos com necessidade semelhantes dentro de uma mesma sala de aula. Ou seja, grupos mutáveis a depender da disciplina, do tema da aula, do momento temporal, etc. Obviamente, o palestrante comenta que essa metodologia requer treinamento específico e uma rede de apoio de todos os profissionais envolvidos.


Baseado nas minhas experiências, a heterogeneidade da sala de aula nunca foi uma problemática. Pelo contrário, a existência de diferentes alunos promovia um espaço para múltiplos questionamentos, variadas interações e reflexões plurais de ideias. Evidentemente, a formação de grupos flexíveis e dinâmicos de alunos com certas necessidades semelhantes promoveria um aproveitamento ainda melhor no aspecto da aprendizagem. 

Em resposta à João Vitor Caldas Santos

Re: Heterogeneidade dos alunos na sala de aula

por Rodiney Marcelo Braga dos Santos -

João, olá!

A escola é uma instituição social que tem (re)produzido a exclusão, em suas diversas formas, a partir da normalização concebida a através de um referencial hegemônico de poder. 

Dito isto, é preciso pensar o currículo escolar enquanto construção social e política que assume caráter estratégico para as transformações educacionais na perspectiva inclusiva.

O currículo escolar em uma  perspectiva inclusiva é aquele que expressa o efetivo "direito" à escolarização de todas as pessoas e que esteja orientado pelo (re)conhecimento da singularidade de cada sujeito no lugar consttuído pela diversidade; pelo fortalecimento da ação colaborativa; pela participação democrática na tomada de decisões frente as ações educativas e pela (re)orientação das abordagens dos saberes no cotidiano escolar, esses contextualizados aos estilos e ritmos de aprendizagem que expressam o coletivo de estudantes.

Todavia, sua prática tem sido negligenciada, o que, consequentemente, amplia o distanciamento ao direito de uma educação para/com a diversidade de forma equitativa e justa.

Em síntese, a prática curricular inclusiva é aquela que favorece o coletivo de estudantes ser protagonista da cultura escolar; pois se desenvolve na continuidade da cultura escolar, enquanto legítimo do espaço escola.

Em resposta à Rodiney Marcelo Braga dos Santos

Re: Heterogeneidade dos alunos na sala de aula

por Wallison Brandão Vieira -
Em concordância com os colegas, é realmente necessário discutir a heterogeneidade em sala de aula, bem como a relação direta que esse fenômeno estabelece com a base curricular, que como bem colocado aqui necessita ser essencialmente inclusiva afim de atender aos propósitos educativos. Dentro desse contexto é valido ressaltar ainda, também a heterogeneidade docente, no sentido de o professor também ser heterogéneo em sua pratica. Embora, como já dito, o caminho homogéneo seja o considerando mais "fácil", por supor um mesmo modo de conduta permanentemente "funcional", faze-lo é minimamente contraditório, uma vez que, um mesmo ambiente frequentado por indivíduos, por mais condicionado que seja, sempre terá uma multiplicidade de subjetividades.

E esse aspectos precisa ser visto como benéfico e não como uma problemática, o que supõe, logicamente, a dinamicidade metodológica, cabendo então, ao docente, possibilitar uma diversidade de formas e praticas, que embora exijam um planejamento muito mais elaborado, impactam grandemente na efetivação educacional, atendendo, dentro das limitações estruturais , ao máximo possível a cada estudante. Em suma, a turma heterogenea (todas), exige que o educador também seja heterogeneo, não só metodologicamente, mas em todo o processo educacional.
Em resposta à Rodiney Marcelo Braga dos Santos

Re: Heterogeneidade dos alunos na sala de aula

por Vicente de Paula Cruz -
Concordo com tudo que foi dito pelos colegas e acrescento que, a heterogeneidade pode ser observada em vários níveis no sistema de aprendizagem incluindo, a diversidade cultural e linguística, a variação de habilidades e conhecimentos, aos estilos de aprendizagem e as necessidades especiais ,, portanto lidar com a heterogeneidade no sistema de aprendizagem requer uma abordagem inclusiva e diferenciada, que leve em consideração as necessidades individuais dos alunos e ofereça suporte adequado. Isso pode envolver estratégias como diferenciação de ensino, uso de recursos variados, colaboração entre alunos e adaptações curriculares, visando a garantir que todos os alunos tenham a oportunidade de alcançar seu pleno potencial educacional.
Em resposta à João Vitor Caldas Santos

Re: Heterogeneidade dos alunos na sala de aula

por Marcos Paulo Silva Pereira -
É importante reconhecer que lidar com a heterogeneidade na sala de aula é um processo contínuo e complexo. Requer tempo, esforço e desenvolvimento profissional constante. Os educadores devem buscar oportunidades de formação e atualização para aprimorar suas habilidades em diferenciação instrucional e estratégias de ensino adaptativas.

A heterogeneidade na sala de aula pode ser vista como uma oportunidade para promover a inclusão e o desenvolvimento de cada aluno. A diferenciação instrucional, a colaboração entre os estudantes, o uso de recursos tecnológicos e o papel do professor como facilitador são aspectos essenciais para lidar com essa problemática de forma eficaz. Ao adotar abordagens inclusivas e valorizar a diversidade, é possível criar um ambiente educacional enriquecedor para todos os alunos.
Em resposta à Marcos Paulo Silva Pereira

Re: Heterogeneidade dos alunos na sala de aula

por Jenniffer Cecília Noronha de Faria -
Concordo com os colegas quanto a questão. De fato, é um processo contínuo e complexo e sem treinamento e capacitação do docente para superar tais dificuldades, se torna ainda mais difícil. Achei interessante a visão de encarar o fato como uma oportunidade a fim de promover a inclusão e desenvolvimento individual. Defendo que o acesso as pesquisas com diferentes métodos experimentais e científicos nos permitem avaliar rigorosamente a eficácia das nossas práticas pedagógicas. Devemos aproveitar dessa fonte de conhecimento para nos qualificarmos.
Em resposta à João Vitor Caldas Santos

Re: Heterogeneidade dos alunos na sala de aula

por Ulisses dos Santos Gonçalves -
João, diferente da sua experiência, a heterogeneidade MUITO GRANDE numa mesma sala de aula já foi motivos de grandes dificuldades para mim, pois em diversos momentos, no rolo compressor da semana em duas redes públicas e 3 escolas diferentes, com 4 séries diferentes, eu não conseguia muito mal organizar o trabalho pro grupo mais coeso, que dirá pensar forma de inserir aqueles que eu via que não conseguiam acompanhar os trabalhos da semana. Nessas ocasiões, eu instintivamente tentava agrupar esses alunos para fazer uma atividade diferente, fosse uma mais elaborada, fosse uma mais simples, mas acabava sempre esbarrando num problema recorrente, que é a quantidade elevada de alunos em sala, o pouco tempo de planejamento. A rede municipal do Rio de Janeiro nunca cumpriu a lei do 1/3 de planejamento, e quando o fez, reduziu os tempos de aula da minha disciplina. Antes tínhamos 3 tempos de aula por semana em Geografia, e 4 turmas. A rede reduziu para 2 tempos, e aumentou para 5 o número de turmas, de modo que para atender a lei, sacrificou mais uma vez o professor com mais trabalho, dando a ele mais uma turma.
Em resposta à João Vitor Caldas Santos

Re: Heterogeneidade dos alunos na sala de aula

por Talita Cristina Rodrigues de Oliveira -
concordo e creio que lidar com a heterogeneidade no sistema de aprendizagem requer uma abordagem inclusiva e diferenciada, o problema e defict está na negligência em conseguir equilibrar e não levar tudo ao extremo!