Ir para o conteúdo principal

Fórum obrigatório 4: reflexão

Compartilhando experiências

Compartilhando experiências

por Aline Souza dos Santos - Número de respostas: 1

Da leitura do artigo de nossa última semana, uma frase grudou na minha cabeça e segue ecoando: “Quanto mais o aluno se tornar o professor e mais o professor se tornar o aluno, melhores serão os resultados (VAN DER SCHEE apud SANTOS et al., 2020, p. 1451)”, Ecoam ainda as palavras do professor F. Ramus (2018), ao dizer que, mesmo precisando de maiores estudos, reforçar o comportamento positivo é melhor que punir o negativo.

De fato, na última aula de Língua Portuguesa da semana, nos últimos horários de uma sexta-feira, com alunos cansados e desmotivados e uma folha de 14 questões sobre Formação de palavras, resolvi pedir a eles que corrigissem as atividades com os demais. 

Cada aluno que ia ao quadro deveria explicar como resolver o exercício e, ainda, justificar por que outras possibilidades de resolução deveriam ser descartadas. Não foi uma aplicação inovadora, nem foi nada extraordinário. Os alunos tinham em mãos o meu pincel, a folha e os conhecimentos adquiridos durante a semana. Mas foi interessante ver como rapidamente a turma se concentrou para ouvir o colega explicar - e, eventualmente, corrigir a fala do outro.

Alguns dos alunos que vinham ao quadro, inclusive, se arriscaram a brincar de professores e sugerir que outros colegas respondessem questões propostas por eles mesmos. Os outros alunos, atentos, faziam perguntas para saber se os colegas saberiam responder - e, para minha surpresa, eles sabiam!

Eu, observando, tive de interferir apenas duas vezes: uma para corrigir uma informação equivocada e outra para sanar uma dúvida de todos os alunos. Em plena sexta, consegui aplicar e avaliar o conteúdo, ao mesmo tempo, fornecendo feedback em tempo real! A maioria dos meus alunos foi embora feliz e eu cheguei a ouvir que "definitivamente, Português é a melhor matéria dessa escola!".

Parabenizei a todos que participaram e deixei a turma se organizar para sair alguns minutos antes.

Certamente, eu esperava que alguns alunos realmente não fossem prestar atenção - e não prestaram. Parafraseando Ferrari (2008, apud SANTOS et al. 2020, 1452), "não se ensina o que um aluno não quer aprender". Mas percebi que, às vezes, o que falta não é uma lousa digital e uma boa conexão à internet: falta adaptação, tempo (para que o professor consiga perceber os estilos de aprendizagem da turma), significado e interesse!

Em resposta à Aline Souza dos Santos

Re: Compartilhando experiências

por Aline Souza dos Santos -
Já em minha época de aluna, de 2000-2013 estudei a vida inteira em escolas municipais e estaduais no interior do estado do Rio e experimentei diferentes métodos na educação... Da reprovação em massa à gratificação para professores que obtivessem 100% de aprovação.
Estudei numa sala em que a professora castigava os maus comportamentos deixando os alunos virados para a parede diante de toda a turma, também vi muitas gritarem com os alunos chamando-os de "burros". Vi aluno subir em cima da mesa do professor para ameaçá-lo, vi trancarem um professor claustrofóbico dentro da sala e vi a mochila de um professor ser jogada no lixo durante o recreio.
Vi alunos serem divididos em salas por níveis A, B e C, cujo resultado foi a geração de alunos extremamente prepotentes e desafiadores, antes considerados os "mais inteligentes/responsáveis", e muita evasão escolar.
Não sei qual o melhor método, só sei que ambos os extremos não funcionam!