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Fórum obrigatório 4: reflexão

O que fica da Disciplina?!...

O que fica da Disciplina?!...

por Antônio Souza Pereira dos Santos - Número de respostas: 0

Olá a todo(a)s!

A Palestra proferida por Franck Ramus é instigante, provocadora e, mantendo a coerência com tudo o visto ao longo dessas últimas semanas, reforça ainda mais a necessidade de nos tornamos (nos mantermos) flexíveis e plásticos para as novas possibilidades que surgem no que se refere à aprendizagem de nosso(a)s estudantes - e por que não, à nossa, já que nos encontramos, agora, na condição de estudantes também. Em educação, especialmente na prática docente, há essa necessidade constante de buscar sempre as melhores maneiras de aprimorar o ensino almejando a aprendizagem significativa dos alunos. 

A palestra, fechando a disciplina, põe por terra uma série de sensos comuns e percepções que, inclusive, adquirimos com a nossa formação acadêmica. Mas isso não quer dizer que nunca tenhamos questionado (ou de alguma forma refletido), no nosso processo formativo, os especialistas de nossas áreas a respeito do que propõem e alguns de nossos professores ao colocá-las em prática. Até porque, muitos dos especialista são também os professores e a academia, de certa forma (ou de toda forma) ainda é resistente a contribuições fora dos padrões por ela adotadas há décadas. O problema, aí, é que nos falta, na condição de estudantes, iniciando a caminhada, ou mesmo de professores, os meios para vencer esses vieses e estruturas já consolidados. Penso que somente professores mais experientes conseguem ter essa crítica mais acentuada - mas somente se forem professores que adotaram a prática de contínua releitura/readaptação de si mesmos. 

E por que faço essa consideração? Porque ao falar de metodologia científica, Franck Ramus toca em dois pontos sensíveis: primeiro, há um dificuldade em se trabalhar metodologicamente dado o conjunto de regras e normas que devem ser seguidos. Há uma grande dificuldade no alinhamento das abordagens, procedimentos e técnicas metodológicos, bem como na sua apresentação escrita, devido a uma série de deficiências formativas. O segundo, penso que menos evidente na fala, refere-se ao fato de como a dinâmica escolar se impõe pesadamente aos professores - sobretudo aos mais novos, mas também àqueles há muito nela inseridos. Já não sobra tempo para as leituras acadêmicas; já não sobra tempo para a reunião com os antigos pares da graduação; já não sobra tempo para participar de eventos (na verdade, o que os eventos na área de educação têm discutido, mesmo?); já não sobra tempo, inclusive, para manter-se em formação. Estar neste curso é, pelo menos para mim, nadar contra a poderosa maré que a escola impõe tão logo se entra nela - e aí, sendo um professor recente, fica-se refém do que já está posto enquanto ideias, práticas e metodologias de ensino tidas como eficientes para aumentar a aprendizagem dos alunos. E se está sempre em choque ao se cursar cada uma das disciplinas e entrar em contato com suas temáticas, percebendo o quanto se tem de mudar para se tornar aquele bom professor idealizado ainda nos tempos de estudante.

O bom nisso tudo é que ainda dá tempo! Falta, mesmo é manter-se motivado frente a um contexto difícil que é e em que está a educação brasileira. O que fica da disciplina, então, é isso: sendo o objetivo maior o aprendizado de nosso alunos e a consequente formação de um cidadão consciente de seu poder de atuação na sociedade, que procuremos as melhores maneiras pedagógicas de alcançá-lo. O processo só não é fácil, então, é preciso trabalhar também a nossa própria mente para não perdermos de vista que sozinhos os professores não têm condições de dar conta de tudo, mesmo empenhados em fazer a parte lhe compete!

A palestra foi inspiradora! E tudo o visto até aqui, mais que enriquecedor!!!