Concordo, com base em minhas experiências, que a punição não deve ser prioridade nem deve ser o melhor método para reduzir comportamentos inadequados em sala de aula. Porém fiquei curiosa quando o professor Franck Ramus mencionou que era necessário treinamento para os professores aprenderem a aplicar a técnica dos métodos comportamentais. De fato gostaria de saber se existem mesmo treinamentos voltados para isso.
Embora particularmente eu não tenha uma solução melhor para o problema do mal comportamento em sala de aula, tenho criticas ao método que ele diz ser comprovadamente eficaz. Analisar o comportamento inadequado do aluno identificando o que o desencadeia, o reforça e o mantem, é um desafio quando não se trata de um só comportamento nem de um só aluno, mas de pelo menos 30, em sala de aula. É óbvio que recompensas motivam, mas elas tem seus limites, e não são muitas as recompensas que um professor possa fornecer para um aluno hoje em dia que de fato o faça querer mudar seu comportamento. Por experiência, não há jogos, pontos extra, elogios, momentos de lazer ou chocolates que no momento estejam conseguindo mudar o comportamento de não realizar as tarefas daqueles meus alunos que de fato não as querem fazer. Por experiência também, nenhum desses e de outros mecanismos de recompensa tem conseguido mudar outros maus comportamentos em sala de aula de muitos de meus alunos. Elogiar e recompensar aqueles com bom comportamento os tornam alvo daqueles com comportamento inadequado. Elogiar e recompensar aqueles com mau comportamento quando esporadicamente se comportam de forma adequada, faz com que estes fiquem felizes temporariamente, mas não é o suficiente para os fazerem gradativamente abandonar os comportamentos ditos “perturbadores”. Como promete o professor Franck Ramus baseado nos resultados dos estudos.
Mesmo assim, por falta de técnica melhor para reduzir esses comportamentos “perturbadores” em sala de aula, ou por falta de treinamento para melhorar minha prática, sigo com este método da análise de comportamento que já praticava por intuição e bom senso. O método funciona com meu cachorro, com minha ave de estimação, mas ainda não funcionou com a maioria de meus alunos. Uma vez que seres humanos são mais complexos e suas aprendizagens e comportamentos não possam ser simplesmente reduzidos nem a reforços positivos tão pouco a reforços negativos. Mesmo que em alguns casos e situações isso possa ser eficiente, e ao mesmo tempo, esse método tenha falhas até mesmo com os animais.