Boa tarde, colegas e professora! Espero encontra-los bem.
A escola a qual trabalho como professora, em uma turma de 4ª ano, tem me oferecido a oportunidade de desenvolver um trabalho cooperativo com a professora responsável pelo atendimento educacional especializado – AEE. Relato a partir da minha própria experiência como docente, tendo que percorrer o fazer pedagógico e aprender dia a dia como desenvolver da melhor forma possível um trabalho frutífero com um estudante diagnosticado com Transtorno do déficit de atenção com hiperatividade.
Neste sentido, a professora responsável pela sala do AEE vem me auxiliando em muitas dúvidas, pois tem sido um desafio a cada aula. Algumas vezes conseguimos caminhar como o planejado, em outros momentos, nem tanto, mas continuamos tentando. Creio que em algumas escolas, este trabalho cooperativo ainda seja frágil, nisso implica um fazer pedagógico sem compromisso com cada estudante que compõe as várias diferenças, nos mais variados aspectos em uma sala de aula. Portanto, apesar de ser algo obrigatório, o atendimento educacional especializado, acredito que construir um bom relacionamento de trabalho cooperativo para uma real inclusão se faz presente no contexto que faço parte como professora atualmente.
Se tratando da disciplina “Educação inclusiva e especial”, penso que foi essencial para a minha formação acadêmica, tendo em vista que pude apreender a partir da apostila tão cuidadosa em sua organização de conteúdos, que a inclusão não se trata somente de pessoas com algum tipo de deficiência, mas todas aquelas que devem ser ressarcidas por anos de exclusão social e escolar.
E para complementar o meu sentimento por esta disciplina, trago uma passagem de Paulo Freire em Pedagogia da Autonomia: "Gosto de ser gente porque, mesmo sabendo que as condições materiais, econômicas, sociais e políticas, culturais e ideológicas em que nos achamos geram quase sempre barreiras de difícil superação para o cumprimento de nossa tarefa histórica de mudar o mundo, sei também que os obstáculos não se eternizam" (Freire, 2019, p. 53).
Assumir nossa inconclusão como ser é dizer que temos a capacidade de conhecer, de intervir e mudar nosso estado, a nossa prática como gente, ser histórico. E tenho notado que ser docente é mesmo ser esperançosa de que esses obstáculos não são eternos, sobretudo, porque ontologicamente temos a capacidade de realizar mudanças, e começar a acreditar nisso já é "muita coisa".