No campus do IFES que dou aula, temos um aluno surdo que é atendido pelo Núcleo de Assistência para Pessoas com Necessidades Especiais - NAPNE. Este aluno conta com interprete de libras em todas as aulas, teve o seu plano de curso todo adaptado para as suas necessidades e, nesta escola, ele foi alfabetizado em português e aprendeu devidamente libras. O trabalho do NAPNE com este aluno tem sido tão intenso e efetivo, que hoje o aluno é capaz de idealizar um futuro no qual poderá se formar em um curso superior e desempenhar uma profissão diferente daquelas que até então ele achava que estava destinado, as quais o relegava à trabalhos mecânicos, sem nenhuma complexidade. 

Além dos impactos na vida deste aluno, o núcleo também gera efeitos na comunidade. Recentemente foi realizado um encontro de pessoas surdas no campus, quando foram convidados palestrantes surdos, com produção acadêmica relevante e grande impacto na comunidade surda, para conversar com a comunidade local. Na plateia havia um menina surda e sua mãe, ouvinte, e ambas saíram transformadas deste encontro Elas perceberam que a filha estava sendo limitada por medo dos seus pais e que, a partir daquele momento, eles perceberam que mudanças importantes eram necessárias na relação das duas.

Aquilo que vejo em meu ambiente de trabalho, somado ao que aprendi nesta disciplina, me transforma enquanto professora e, principalmente, enquanto ser humano. A inclusão na educação é importantíssima, mas é apenas o ponto de partida para a inclusão em todos os espaços existentes na nossa sociedade. Esta disciplina me trouxe uma perspectiva teórica que, aliada com a vivência, me fará atuar como agente de transformação de uma maneira muito mais efetiva.