Na linha do tempo apresentada pelo texto da primeira semana da disciplina, é possível observar as tomadas de decisões relativas à reforma da educação no Brasil, considerando um espaço-tempo de dez anos. Observa-se movimentos de modernização da educação a passos largos, contudo há aspectos críticos a serem levados em consideração.
A onda da globalização trazia consigo perspectivas de reformulação da sociedade e é possível observar o recorte educacional neste cenário. A letra da música da Tribo de Jah aponta que "os dirigentes do sistema impõem seu lema. Livre mercado, mundo educado para consumir e existir sem questionar". No documentário, Milton Santos utiliza do termo "globaritarismo" para reforçar tais reflexões, no sentido de se pensar o poder e a riqueza na mão de poucos. Desta forma, quanto mais desigual, padronizada e capitalista for o caminho da educação, maior será a distância com a globalização no sentido positivo em que ambos os fatores podem atuar: acesso e compartilhamento de conhecimentos, transformação de realidade, desenvolvimento de pessoas, culturas e saberes. Na medida em que não há políticas públicas bem elaboradas com foco em todos os recortes sociais e prezando por um acesso possível e de qualidade da educação a todos os atores envolvidos (professores, estudantes e familiares), diminui-se mais ainda a possibilidade de quebrar as barreiras impostas pelo capitalismo.
Decisões governamentais são marcos sociais que podem fazer com que este movimento seja de uma aproximação positiva e de equidade, mas ainda é um desafio deixar de lado relações de poder e posições políticas. Ainda assim, a educação sempre será o melhor caminho quando disruptiva de opressões e controle e enquanto canal de transformação social, não de mercado.