No ramo das ciências naturais existe um termo o qual se denomina de "geração espontânea", que consiste basicamente na criação ou formação de um determinado organismo de forma natural, em certo grau, descomprometida e com intencionalidades meramente existenciais. Outro termo muito comum na área biológica é o denominado "parasitismo", que como o próprio nome sugere, é entendido como uma relação que envolve um hospedeiro e uma parasita, este último, se aloja no primeiro, se nutrindo do mesmo, ao passo que o seu receptáculo definha.
Tomando por base esses termos, o fundamentado e estudado no conteúdo e no artigo, revelam que a educação profissional estipulada pela reforma do ensino médio, se mostra como algo de geração espontânea, naturalmente formulada como uma demanda básica e necessária para formação dos jovens. Porém implicitamente, do ponto de vista simbólico e prático, o tipo de educação profissional da forma como está posta, funciona exatamente como um mecanismo segregatício, que se aloja no seio público, e parasita a formação dos jovens, comprometendo e definhado a sua formação em uma mera instrução técnica, mecânica e descontextualizada.
Dentro desse contexto, a educação profissional, se torna uma interface de uma dualidade educacional, onde o ensino médio prepara determinado grupo ( proveniente das classes populares) para esse tipo de formação profissional instrumental, por ofertar itinerários formativos que prometem uma “empregabilidade” precoce, enquanto resguarda a formação integral e progressão acadêmica, para aqueles jovens provenientes de núcleos privilegiados que condicionalmente não se inserem no mercado de trabalho prematuramente, simplesmente pelos seus condicionantes sociais e econômicos. Em suma, não se trata de uma política pública que subsidia a educação profissional, mais um tipo de instrução, materializada como instrumento de reprodução e cristalização das desigualdades já existentes.