Ao ler o artigo, fazer o questionário da atividade 2.2 e passear pelo conjunto de leis, decretos, normas e afins que (des)"norteiam" o EPT no Brasil, eu não consegui evitar a lembrança do artigo do Prof. Isaac da Rosa (ROSA, 2015), entitulado "Temos uma crise no currículo brasileiro? Sobre a BNCC, Geni e o Zepelim e cortinas de fumaça", onde aponta que o currículo é a "Geni" da educação brasileira. No artigo em questão, é apontado como as sucessivas reformas atacam o currículo e suas diretrizes sem sequer arranhar questões estruturais e, principalmente, de orçamento e investimento na Educação. Basicamente, é o que consigo ver nos documentos estudados. Discute-se nomenclaturas, cria-se obrigatoriedades... e na prática, continuamos com mulheres que não concluem o Ensino Médio pois não têm com quem deixar 1 filho. Como escutei outro dia de uma aluna... "por que não temos uma creche aqui no IF, já que diversas alunas têm filhos"? Estamos há anos com orçamentos sofrendo achatamento na Educação, e essas reformas parecem eleger sempre uma nova Geni para apedrejar. Na prática, como apontam Costa & Coutinho (2018), seguimos correndo atrás do capitalismo da vez... a moda agora é a educação 4.0, buscando inserir todos os elementos da lógica capitalista na escola, chegando a dizer pro aluno que a profissão dele é ser estudante e lidando com a escola como se fosse um estágio da vida proletária, desde os horários até o volume de trabalho. A falta de professores vai sendo esfumaçada pela aceitação ao notório saber... a falta de investimentos vai sendo mascarada por números, dados, indicadores... chegamos ao cúmulo de escutar que o Brasil "investe muito em educação, mas investe mal", enquanto na verdade podemos ver que investe pouco e mau. Não vejo como possa ser possível um debate minimamente sério sobre leis e reformas enquanto não discutirmos algo mais básico como o orçamento, visto que os atuais orçamentos não permitem sequer a implementação do que já está dado nas leis.
RESUMO – Educação Profissional e a Reforma do Ensino Médio: lei no
13.415/2017. Este texto tem por finalidade problematizar a lei no 13.415/2017
(Brasil, 2017b), no sentido de compreendê-la como um retrocesso às políti-
cas da educação profissional. Trata-se de uma análise documental, e possi-
bilitou entender que, historicamente, as políticas para a educação profissio-
nal vêm subjugando essa formação aos desmandos do mercado de trabalho,
submetendo-se aos modos de produção capitalista. Destarte, a atual lei não
contribuiu para valorização do ensino técnico, tampouco favoreceu polí-
ticas de formação docente para essa modalidade de ensino. Ao contrário,
induziu o notório saber que é uma maneira de garantir profissionais, não
professores, regentes
