O tema da semana "Legislação que Regulamenta a Educação Brasileira com Foco
na EPT (LDB e Diretrizes Curriculares)" e o artigo "Educação Profissional e a Reforma do Ensino Médio: lei nº 13.415/2017" trazem discussões interessantes sobre a mercantilização da educação brasileira.
Pudemos ver que, desde o início, as políticas públicas voltadas para a educação tinham como objetivo suplantar necessidades de empresas privadas. A profissionalização desassociada do desenvolvimento teórico e intelectual marcou, segundo Costa e Coutinho (2018), as primeiras diretrizes educacionais brasileiras, que buscavam preparar jovens de menor poder econômico para trabalhar como operários em indústrias.
Ambos os textos apontam que ainda hoje o alinhamento com o mercado pauta as discussões sobre a educação, tendo a Lei nº 13.415/2017, que propõe a reforma no Ensino Médio, como mais uma evidência deste direcionamento. Tem-se como proposta o direcionamento do ensino médio para áreas do saber que mais interessa ao aluno, além de inserir disciplinas que o aproximem da realidade de mercado. Essa reforma, além de objetivar a especialização do estudante cada vez mais cedo, aumenta a responsabilidade sobre esses jovens, que ainda não possuem repertório suficiente para direcionarem seus estudo para uma área a específica.
Trago aqui também uma experiência pessoal. Sou professora substituta de um IF e recentemente fomos alertados pela Reitoria sobre a necessidade de, cada vez mais, alinhar a oferta de disciplinas ao arranjo produtivo local. Essa é uma orientação do Estado e, cada vez mais, os Institutos Federais serão cobrados por aproximar seus currículos ao setor produtivo, criando mais mão de obra e tendo menos espaço para formar atores críticos.