Sabe-se que ao pensar na materialização do currículo oculto, o imaginário coletivo segue geralmente por duas linhas discursivas: uma se refere a percepção ingénua, de que esse currículo é uma espécie de mito educacional, ou mesmo, sua manifestação, se apresenta em certos níveis educacionais de forma atípica, como se não fizesse parte da rotina quotidiana, não só das instituições de ensino básico, como também das de nível superior e técnico. Ocorre que, esse currículo é extamente uma manifestação em sua magnitude simbólica dos atravessamentos ambientados nos espaços formativos e , também fora deles. Ele não só exist, como exerce uma influencia profunda nos processos educativos, impactando não só negativamente, como também, em certos níveis, positivamente. Repercutindo então, na segunda linha discursiva, onde se admite a existência desse currículo, porem se concebe ele como puramente uma particularidade negativa. Nesse sentido, é claro que se reconhece ele se apresenta na maioria das vezes como um agravante ( violência simbólica, autoritarismo, hierarquização, preconceito, etc)., Porém, um educador conhecedor da ocorrencia do mesmo, pode se valer desse mote pedagógico, para possibilitar alternativas metodológicas que transfigure essa perspectiva em algo benéfico. Se pode tomar como exemplo dessa transposição, quando se trabalha juntamente com os conteúdos, temas transversais, seja sob a forma de projetos ou mesmo em sala de aula. Dentro desse contexto, para além do conhecimento do conteúdo, seria ofertada a possibilidade do contato e acesso de conhecimentos diversificados que também, implicitamente, isto é, sob a forma de currículo oculto, comporiam o repertório formativo, de forma significativa e simbólica. Dentro desse contexto, é preciso perceber o currículo oculto em sua dupla dimensão, que embora ambígua, pode servir como uma valiosa ferramenta pedagógica.