O currículo tradicional é visto como um produto que reproduz a ordem do sistema capitalista. Ele enfatiza a passividade do aluno e a escola assume seu espaço na transmissão de conhecimentos, através de modelos técnicos.
“Another Brick In The Wall” é uma música icônica da banda de rock inglesa Pink Floyd, composta pelo baixista Roger Waters.
A música é conhecida por sua crítica e ilustração do sistema educacional, especialmente aos internatos. A famosa frase “We don’t need no education” (Não precisamos de nenhuma educação tornou-se um dos maiores hits de Pink Floyd e alcançou o primeiro lugar das paradas em vários países e levou a muitas discussões e críticas ao sistema educacional ao redor do mundo.
A letra da música, considerando o contexto da vida de seu vocalista e compositor, somada ao contexto histórico, traz uma mensagem que pode ser aproveitada atualmente e num futuro contínuo. A música retrata crianças enfileiradas marchando rumo a uma máquina de moer gente, transformadas em salsichas enquanto um professor autoritário a tudo assiste e gerencia.
A análise da música sugere que ela é uma crítica ao rígido sistema educacional que, ao invés de estimular as crianças a questionamentos mais amplos, reprime brutalmente. Portanto, a música pode ser vista como uma ilustração de um currículo que planeja formar alunos passivos, que não incentiva o pensamento crítico e a individualidade. Mas, o mais importante é a reflexão para mudanças que a música sugere e não somente a crítica em si.
O filme “Tempos Modernos” de Charlie Chaplin e as teorias críticas do currículo compartilham uma preocupação comum: a crítica à desumanização e à alienação causadas por sistemas opressivos. Chaplin interpreta Carlitos, um operário de uma linha de montagem que é levado à loucura pela monotonia frenética do seu trabalho. A produção é uma crítica à sociedade industrializada, onde a atividade humana foi reduzida a uma repetição de tarefas que não exige nenhuma criatividade. Carlitos é retratado como uma peça mecânica, engolido pela monotonia e repetição. Todo esse processo vem representar a desumanização do trabalhador como consequência da revolução industrial.
As teorias críticas do currículo dialogam com esse contexto tendo em vista que não existe uma teoria neutra, levanta a discussão de que toda teoria está baseada nas relações de poder, assim como o sistema capitalista. Aqui são salientados pontos como a ideologia e as relações sociais de produção, a reprodução cultural e social, o poder, a classe social, o capitalismo, a resistência e o currículo oculto. Assim como Carlitos luta contra a alienação no trabalho, as teorias críticas do currículo buscam resistir à reprodução acrítica de ideologias dominantes no sistema educacional.
Portanto, tanto o filme “Tempos Modernos” quanto as teorias críticas do currículo servem como lembretes poderosos da necessidade de humanizar nossos sistemas sociais e educacionais. Eles nos convidam a questionar as estruturas de poder existentes e a buscar formas de transformação e emancipação. A principal mensagem é pense!
