A partir do vídeo Another brick in the wall, pode-se perceber uma críticas aos modelos de educação fundamentados numa pedagogia tradiconal, pautados, dentre outras coisas, na rigidez disciplinar e no autoritarismo presentes nos sistemas educacionais "antigos". Me chama a atenção que, de certos tempos pra cá, percebe-se no Brasil o crescimento de segmentos da sociedade que defendem com unhas o dentes as escolas "cívico-militares", baseando-se em seus supostos valores disciplinares, rigidiez, regras, e associando isso ao sucesso(?) educacional dos estudantes.
A música remete ainda à questão da padronização dos estudantes que, uma vez não agindo da forma como é esperada, ou seja, não atuando como meto tijolo em uma parede lisa e homogênea, coloca-se em posição inclsuive de ser violentado enquanto indivíduo, sendo desrespeitado, menosprezado e diminuído. Esses apontamenos do videoclipe dialogam diretamente com o filme Tempos Modernos, no sentido de que evidencia a escola-fábrica, baseada em modelos de produção cronometrados, padronizados, remetendo fortemente ao Taylorismo, onde o controle da produção fabril se mistura com o controle da própria vida.
Chama atenção a frase inicial do filme, onde em inglês aparece escrito "A story of industry, of individual enterprise - humanity crusading in the pursuit pf hapiness". Na versão dublada do filme, foi traduzido como "uma história do trabalho e do indivíduo" enquanto numa tradução livre leio "uma história da indústria e do empreendimento individual". A despeito de toda discussão semântica que essas escolhas de palavras pode geral, de mais importante destaco a associação feita entre trabalho e felicidade, trabalho e realização pessoal.
Além do filme nos ajudar a refletir sobre as teorias críticas do currículo, ao mostrar a desumanização e a robotização dos funcionários no trabalho fabril, durante o filme, consigo ver em Charles Chaplim pequenas ações que na película se mostram incialmente como "malandragem", "preguiça" ou até mesmo falta de habilidade", mas que se pensarmos sob um perspectiva críticia de currículo, poderiam ser até mesmo pequenos atos de resistência, como quando faz pequenas pausas para fumar, para descansar, de modo que burla o rígido controle exercido sobre ele na relação de produção representada. Seria qual o nosso papel de educadores? Fazer da escola um treino pra vida de trabalho (eu mesmo já me peguei falando isso para o aluno - "quando for seu patrão aqui, não vai ter moleza") ou apontar os caminhos da crítica, da apropriação do processo educativo para cidadania plena?
Os dois vídeos pra mim dialogam no mesmo sentido, de que é preciso romper com os tradicionalismos e com a educação tecnicista, que se confunde com treinamento e mera instrução para o trabalho, para construir uma sociedade onde os sujeitos sejam críticos diante de suas próprias ações e acerca das relações sociais às quais estão relacionados.