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De que modo o primeiro vídeo nos ajuda compreender a perspectiva tradicional de currículo? O vídeo apresenta a música emblemática da banda inglesa Pink Floyd, Another Brick in The Wall, que afirma diretamente os males de uma educação sem peso crítico – não somente pela letra, mas também pelo histórico clipe da música. O clipe se passa basicamente em uma sala de aula com moldes repressivos, padronizadores que danificam a identidade do próprio estudante. A letra da música retrata a figura de um professor controlador, parte de um sistema que busca extinguir o pensamento crítico. A educação é o pilar do pensamento livre. Porém a afirmação de que “não precisamos de nenhuma educação” diz respeito ao fato de que a educação retratada no clipe é um conjunto de regras, não um coletivo de sabedoria e racionalidade. Remete a um sistema educacional sob enfoque do currículo tradicional, que consiste em adquirir informações que preparem o sujeito intelectual e moralmente para adaptar-se à sociedade. Ou seja, formar mais uma marionete à mercê do sistema, sem nenhum pensamento crítico.
E, de que modo a introdução de Tempos Modernos, no segundo vídeo, nos ajuda a pensar sobre as teorias críticas do currículo? O vídeo é a apresentação inicial do Filme Tempos Modernos, com Charles Chaplin, que traz crítica ao modelo de produção Taylor-Fordista, em uma sociedade industrial caracterizada pela produção, pegando por base o sistema de linha de montagem e criticando a alienação física e intelectual do operário desse meio de produção e também a modernidade e o capitalismo crescente, já que o trabalhador é manipulado pelo poder do capital. O vídeo traz, inicialmente, um rebanho de ovelhas, seguido por, por assim dizer, “um rebanho de pessoas” indo para os seus trabalhos. Apontando a crítica de que os trabalhadores desempenham com obediência e perfeição as tarefas repetitivas que lhes são atribuídas, sob a constante vigilância do relógio, do supervisor e do “chefe”. Assim, como a fábrica, a escola também tem seu espaço voltado para produtividade, ou seja, a aprendizagem dos alunos, tornando os mesmos obedientes e preparados para o mercado de trabalho. As teorias críticas do currículo operam em total inversão aos fundamentos da teoria tradicional do currículo. Nessa linha, os currículos são entendidos como espaço de resistência, como forma de libertação da opressão econômico-capitalista e possibilidade de emancipação a partir da conscientização.