Boa noite a todos!
Acredito que o currículo oculto ocorra em minha prática pedagógica de diversas maneiras, principalmente no ato de observar: as limitações, o contexto social / econômico, as relações familiares, as dificuldades de aprendizagem, o modo dos alunos se expressarem.
Como professora de Biologia, acabo lidando diretamente com alguns assuntos polêmicos, como por exemplo: educação sexual, evolução dos seres humanos, prevenção de doenças, etc. Dentro deste contexto, acho importante observar a realidade dos alunos quanto à religião, crenças, limitações, não para podar ou modificar o conteúdo, mas para tentar inseri-lo da melhor forma possível, de uma forma não impositiva, com o objetivo de mostrar as evidências científicas e desmistificar o que foi assimilado pelo senso comum.
Tento também estar sempre atenta às notícias atuais e às polêmicas envolvendo fake news que se correlacionam com os conteúdos a serem abordados.
Além disso, presto muita atenção nas diferentes habilidades dos alunos que necessitam de avaliações especiais: alguns possuem maior facilidade para desenho, outros para escrita, outros para gravar vídeos. Sendo assim, procuro adaptar as avaliações para a realidade de cada um deles. O mesmo vale para apresentação de trabalhos (neste caso, aplico a todos os alunos): geralmente traço um tema para os seminários e os deixo livres para escolher o formato de apresentação (desde que consigam apresentar todos os tópicos solicitados). Acredito que devemos levar em conta que somos seres plurais com habilidades diferentes: dentro de uma mesma turma, por exemplo, tenho alunos com TDAH, TEA, com disfemia aguda, dentre outros. Essa flexibilidade tem rendido bons frutos, já avaliei trabalhos nos formatos mais diversos como: jogos de tabuleiros, jogos virtuais, slides, cartolinas, maquetes, experimentos, etc.
Com relação às relações entre ambiente-escola-funcionários-alunos, que também fazem parte do currículo oculto, acho essencial prestar atenção nos casos de bullying, de exclusão, de formação de grupos, de racismo, intolerância religiosa, dentre tantos outros, ou seja, é essencial que a comunidade esteja sempre atenta às relações ali formadas. Ser professor é estar sempre atento.