O currículo como confluência de práticas envolve a noção de um processo dinâmico em que o currículo é construído por múltiplas forças que operam no nível da prática social efetiva, um processo que pode ser historicizado, ou seja, há sempre um processo, contexto social e político específico do seu tempo e espaço. Esta conceptualização inverte o paradigma curricular, vendo-o como um processo vertical imposto de cima para baixo, onde o poder da aprendizagem está localizado no centro burocrático. É verdade que os procedimentos administrativos e burocráticos constrangem e orientam o currículo, mas não é uma força única. Cada escola é um mundo, situado dentro de um determinado contexto, e cada profissional da educação tem a sua devida importância nas práticas de produção curricular.
A educação é alcançada através do desenvolvimento curricular. Portanto, é necessário compreender in loco como ela é aplicada a partir das relações alunos, das interações professor/aluno, dos métodos de avaliação, dos planos de ensino e de outras práticas incluídas na atuação docente. Desta forma, podem ser identificadas as fragilidades e potencialidades da abordagem adotada.
Outra visão fatalista que tem sido desafiada é a de que os professores não tem poder algum, uma vez que cada ação e relação que constitui a prática social têm o seu significado e importância na produção do currículo. A profissão e a metodologia de um professor estão sujeitas a limitações e pressões, ele não é um herói ou um vilão com superpoderes, mas certamente terá certo impacto na aprendizagem e na formação dos alunos.